Os países vizinhos do Sudão do Sul declaram apoio ao presidente Salva Kiir nesta sexta-feira, depois de 13 dias de conflito na nação mais jovem do mundo, dizendo que não aceitariam nenhuma tentativa de derrubar o governo eleito de forma democrática.

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Potências ocidentais e governos regionais temem que os combates entre as forças do governo e os combatentes leais ao ex-vice-presidente Riek Machar possam levar a uma guerra civil de motivações étnicas, o que colocaria em perigo a frágil região. Falando para líderes regionais sobre o Sudão do Sul, numa reunião de emergência da Autoridade Intergovernamental sobre o Desenvolvimento, uma organização do leste da África, o presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, fez um chamado para que Kiir e o seu ex-vice iniciem negociações de paz. "Nós não vamos aceitar uma derrubada inconstitucional de um governo democraticamente eleito no Sudão do Sul. Violência nunca proporcionou boas soluções", disse Kenyatta, de acordo com comunicado. Machar, que foi afastado do governo por Kiir em julho, aceitou as negociações, sob a condição de que os seus aliados políticos sejam libertados, uma exigência que até agora Kiir não demonstrou intenção de atender. Kenyatta disse que o Sudão do Sul e os governos da região não tinham muito tempo para achar uma solução para o que ele chamou de um problema político dentro do partido do governo, que acabou se desdobrando num confronto violento e corre o risco de tomar um "terrível sentido étnico". A violência se iniciou em Juba, capital do Sudão do Sul, no dia 15 de dezembro e rapidamente se espalhou pelo país, opondo o grupo étnico nuer, de Machar, contra o dinka, de Kiir. O chefe da missão das Nações Unidas afirmou que mais de mil pessoas já tinham sido mortas. Kenyatta disse que a via militar tinha pouca chance de sucesso no Sudão do Sul. "A atual crise, se não contida, produzirá milhões de desabrigados e refugiados e vai afetar demais essa região", disse ele aos líderes regionais.

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