Os vizinhos da Coreia do Norte debatiam hoje a imposição de novas sanções contra o país por causa do disparo de um foguete de longo alcance durante o fim de semana.
A Coreia do Sul avalia a possibilidade de desenvolver mísseis de maior alcance e o Japão considera a intensificação das sanções econômicas vigentes. Ao mesmo tempo, o governo americano exige "uma resposta clara e convincente" da Organização das Nações Unidas (ONU) ao lançamento.
A Coreia do Norte realizou ontem o disparo de um foguete de longo alcance visto por seus críticos como um teste de míssil. Segundo o governo norte-coreano, o foguete levaria um satélite de comunicações à órbita da Terra. O foguete falhou durante o segundo de seus três estágios e caiu no Oceano Pacífico, cerca de 1.300 quilômetros ao leste do Japão, segundo analistas americanos, sul-coreanos e japoneses.
Hoje, a Rússia, um país mais amistoso com relação à Coreia do Norte do que os outros três, também informou que o míssil aparentemente falhou antes de alcançar o terceiro estágio, informaram agências locais de notícias. Já a mídia estatal norte-coreana anunciou que o foguete chegou ao espaço e colocou em órbita um satélite. Apesar de isso não ter acontecido, segundo os analistas, o foguete voou mais longe do que mísseis testados pela Coreia do Norte em 1998 e 2006.
Nas semanas que antecederam o lançamento, autoridades militares americanas e japonesas afirmavam ter capacidade de abater o foguete, mas isso não foi tentado ontem. Reunidos na noite de ontem em Nova York em caráter emergencial, os 15 países que integram o Conselho de Segurança (CS) da ONU discutiram uma resolução sobre o tema, mas não chegaram a um acordo imediato sobre o texto. A embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, disse hoje que Washington quer uma resolução com força de lei para que os líderes norte-coreanos "entendam que não podem agir impunemente".
Numa entrevista concedida à emissora de televisão CBS, ela qualificou o lançamento como "uma clara violação das leis internacionais". Ela disse ainda que os EUA estão em consulta com os demais integrantes do Conselho de Segurança da ONU e que os contatos continuarão pelos próximos dias. De acordo com analistas, os diplomatas tentarão agora equilibrar uma resolução que tenha algum efeito sobre Pyongyang, mas buscando evitar que a resposta pareça uma reação exagerada a um acontecimento que não acarretou nenhum perigo militar imediato.
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