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Pelo menos mil chilenos que estavam impossibilitados de voltar para casa devem deixar o Brasil na madrugada desta quarta-feira (10), de acordo com a embaixada do Chile. Eles aguardam desde sexta-feira (26) voos com destino a Santiago, que foram suspensos devido aos danos causados pelo terremoto que atingiu parte do país.

O embaixador do Chile no Brasil, Álvaro Díaz, disse que partem nesta madrugada, de São Paulo, voos da companhia TAM para o aeroporto da capital chilena, que voltou a operar na terça-feira (2). Voos charteres com capacidade não confirmada também devem sair de Camboriú (SC) entre quarta-feira (3) e quinta-feira (4). O aeroporto de Santiago voltou a operar nas últimas horas e receberá aviões de destinos internacionais durante a madrugada.

Díaz explicou que os passageiros retidos no Brasil precisam ter paciência e compreender que todos os esforços estão concentrados no atendimento às vítimas do terremoto. Na quarta-feira, segundo ele, seis aviões militares e dois helicópteros levarão do Brasil equipes médicas e de resgate para as áreas mais atingidas e transportarão um hospital de campanha, além de aparelhos de telecomunicações.

"Os chilenos tem que entender que a prioridade é atender as vítimas da catástrofe, coordenar a ajuda humanitária. A segunda tarefa é ajudar os turistas chilenos a voltar".

A estratégia da embaixada é convencer as companhias aéreas a aumentar o número de voos. O embaixador reconhece o problema da falta de alojamento e de alimentação adequada para quem está retido em aeroportos, mas pede compreensão e solidariedade.

No Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, cerca de 70 chilenos estão alojados desde o fim de semana. Os passageiros receberam mantas das companhias aéreas e doações para comprar comida. Muitos não têm mais dinheiro para permanecer no Brasil e outros preferem ficar no aeroporto, onde têm mais informações e não correm o risco de perder o voo.

Durante reunião de mais de duas horas com o cônsul do Chile no Rio de Janeiro, Horácio Del Valle, os representantes dos passageiros pediram reforço nas negociações com as companhias, ajuda para comprar comida, informações sobre as áreas devastadas pelo terremoto e auxílio para organização de uma lista de embarque com prioridade para quem tem parentes nesses locais ou deveria ter embarcado no fim de semana.

"Está será a minha quinta noite aqui [no Aeroporto do Galeão]", contou a contadora Denise Mari. "Estamos muito humilhados, com comida fracionada. Está muito ruim", disse.

Del Valle, que também se encontrou com os administradores da Infraero e das companhias aéreas, destacou um funcionário do consulado para facilitar a troca de informações no local, mas esclareceu que a situação pode demorar para se normalizar, prejudicando cerca de 2 mil turistas chilenos no Rio.

"Não sabemos como será resolvida a situação da frequência de voos, porque isso vai depender da solução do problema. Se as companhias mantiverem apenas os voos de linha, vai demorar muito. Com voos extraordinários, poderemos resolver daqui até segunda-feira", afirmou.

Ao fim da tarde, a TAM confirmou que voltou a operar parcialmente no aeroporto de Santiago de onde deve decolar anda hoje um avião com destino a São Paulo. Amanhã, estão previstos dois voos partindo de Guarulhos para a capital chilena. Na nota da empresa, não há informações sobre saídas de voos do Rio de Janeiro.

De acordo com o cônsul, as companhias aéreas descartaram operar em aeroportos no norte do Chile e na Argentina, alegando que os terminais estariam com a capacidade acima do limite.

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