O Parlamento do Iraque adiou por pelo menos um mês a votação de uma lei eleitoral que tem provocado tensões com a minoria curda, atrasando também eleições locais em mais um teste para a democracia iraquiana.
Parlamentares se encontraram nesta quarta-feira (6), na véspera do recesso de verão do Parlamento, na esperança de encontrar um acordo sobre a lei, que irá permitir a realização de eleições provinciais e irá definir o futuro da contestada cidade de Kirkuk.
Os curdos, que vêem em Kirkuk sua terra ancestral, querem incluir a cidade na semi-autônoma região curda. Os árabes e turcos querem que a cidade permaneça sob a autoridade do governo central.
A controvérsia já expôs profundas fissuras políticas enquanto o Iraque procura conseguir uma queda na violência cinco anos depois da invasão liderada pelos Estados Unidos para depor Saddam Hussein.
O presidente norte-americano, George W. Bush, ligou para líderes políticos nos últimos dias e a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs medidas para acalmar tensões.
O vice-presidente do Parlamento, Khalid al-Attiya, membro do maior bloco xiita do Iraque, disse que a lei eleitoral provavelmente seria retomada depois do final do recesso do verão no dia 9 de setembro.
"A questão das eleições provinciais foi adiada até o final do recesso de verão. É possível que uma sessão especial aconteça antes disso, mas isso é improvável", disse.
A ONU disse que o atraso da votação significava que seria difícil promover uma eleição neste ano. A entidade expressou frustração sobre a falha do Parlamento em conseguir um acordo.
"A ONU fez o possível para ajudar as partes a conseguirem um acordo para um texto de compromisso sobre Kirkuk -trabalhando dia após dia, hora após hora", disse Andrew Gilmour, diretor político da Missão da ONU no Iraque.
"Uma importante oportunidade de aprovar a lei eleitoral foi perdida hoje", disse Gilmour em nota.