O furacão Wilma voltou a ganhar força na tarde desta segunda-feira, passando novamente para a categoria 3 da escala Saffir-Simpson. O furacão tocou a terra na primeira hora da manhã desta segunda-feira perto de Cabo Romano.

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Durante o dia, Wilma perdeu força e chegou a ser rebaixado para a categoria 2, mas voltou a se recuperar, segundo informou David Paulison, diretor da Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA), em uma entrevista coletiva. O furacão Wilma continua a avançar pelo Atlântico, agora com ventos de 185 quilômetros por hora.

Mais cedo, ventos intensos foram sentidos em Miami, Fort Lauderdale e West Palm Beach, a área mais populosa do Estado, com cerca de cinco milhões de pessoas. Na manha desta segunda-feira, rajadas de pelo menos 118 km/h e inundações castigaram as ilhas Keys, onde os moradores em geral ignoraram as ordens de abandonar a região.

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- Estávamos esperando que ele enfraquecesse um pouco antes de chegar à terra - disse Max Mayfield, diretor do Centro Nacional de Furacões dos EUA, à TV WFOR, de Miami. - Agora não temos certeza de que isso irá acontecer.

As ruas das ilhas Keys, um arquipélago de 175 km de comprimento, ficaram escuras e desertas durante a noite, que teve fortes ventos e falta de energia generalizada. A água do mar invadiu ruas centrais de Key West.

Cansados por causa de três retiradas anteriores nesta temporada de furacões, cerca de 93% dos 80 mil moradores das ilhas Keys não fugiram do Wilma, apesar dos temores de que ele possa devastar a única estrada que liga o arquipélago ao resto da Flórida, deixando os moradores isolados sem luz, água nem telefone.

- A tempestade fez tantas curvas por aí que me induziu a uma falsa sensação de segurança - admitiu Warren Benjamin, morador de Key West.

Aparentemente alheios à ameaça do furacão, os moradores de Naples lotavam bares e restaurantes na noite de domingo.

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Antes das 9h (horário de Brasília), o olho do Wilma cruzou a costa perto de Naples e seu centro se movia na direção nordeste a 32 km/h. Seus ventos eram sentidos a até 370 km de distância.

O Wilma ainda deve ganhar velocidade e passar sobre a península da Flórida.

Este é o oitavo furacão a atingir o Estado em pouco mais de 14 meses, numa demonstração sem precedentes da fúria da natureza.

A tempestade de furacões de 2005 no Atlântico, que vai até 30 de novembro, já é a mais agitada desde que os registros começaram, há 150 anos. No sábado, formou-se Alpha, o 22º ciclone tropical da temporada. Como a lista de nomes se esgotou, os meteorologistas recorrem agora às letras do alfabeto grego.

No México, pelo menos 20 mil turistas estão isolados na chamada "Riviera Maia". Há quatro noites, eles estão em albergues lotados, sem eletricidade nem água corrente. Muitos estão sem comida e água potável.

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A tempestade matou sete pessoas no México, menos do que se temia. Houve também dez mortes provocadas por deslizamentos em decorrência do Wilma no miserável Haiti.

- Há uma enorme devastação. Este furacão provocou um tremendo impacto. Mas o México tem experiência e já demonstrou isso desde o começo, salvando vidas - disse o presidente Vicente Fox em Cancún.

Em Cuba, rajadas de 138 km/h derrubaram postes nas ruas desertas de Havana. As vidraças de alguns prédios mais altos se quebraram. As autoridades cortaram a energia para evitar acidentes elétricos, e os dois milhões de habitantes da capital acompanharam as notícias por rádios de pilha.