O dia 24 de fevereiro marca a conquista do voto feminino no Brasil, ocorrida há 84 anos, quando o Código Eleitoral decretou não haver distinção de sexo entre os eleitores.

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Mas, mesmo antes disso, havia quem defendesse que a proibição do voto feminino pelo governo era inconstitucional. Em 1928, Mietta Santiago, estudante de Direito, conquistou na Justiça o direito de votar e ser votada, tendo sido candidata a deputada na época. A ela Carlos Drummond de Andrade dedicou o poema Mulher eleitora. Voltando mais alguns anos, encontramos o Partido Republicano Feminino, fundado em 1910 por Leolinda de Figueiredo Daltro, mesmo não havendo reconhecimento, na época, dos direitos políticos das mulheres.

A conquista do voto feminino não foi mera concessão dos donos do poder, e sim uma conquista depois de décadas de muita luta.

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Hoje a sociedade brasileira admite que a Presidência seja ocupada por uma mulher. Não se trata de concluir que o governo será bom somente pelo fato de ser comandado por uma mulher. Pode haver governantes mulheres boas e ruins, assim como homens. O direito de participar da política deve ser de todos, independentemente de gênero.

A conquista do voto feminino não foi mera concessão dos donos do poder, e sim uma conquista

Mesmo depois de mais de 80 anos da garantia de diretos políticos às mulheres, a participação delas na política ainda é muito pequena: mesmo sendo maioria entre as eleitoras, na Câmara dos Deputados há 51 mulheres entre os 513 parlamentares; no Senado, elas são 11 entre 81 senadores. No Paraná, há três deputadas entre os 54 deputados estaduais e cinco vereadoras entre as 38 vagas na Câmara Municipal de Curitiba. Entre pré-candidatos à prefeitura de Curitiba, raras indicações femininas, na cidade que nunca teve uma prefeita mulher, nem uma governadora no estado. Certamente, as mulheres ainda estão subrepresentadas, consequência de uma sociedade que cala sua participação ativa reduzindo o efeito de leis que prezam pela igualdade.

Hoje, a lei eleitoral exige que os partidos indiquem pelo menos 30% de mulheres em suas chapas, e também dediquem parte de seus recursos às atividades partidárias voltadas à participação da mulher. Essas medidas são recentes, e deverão surtir efeitos daqui a alguns anos, se forem aplicadas desde já. Que todos tenham direitos iguais: a representatividade importa.

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