As classes falantes brasileiras desencadearam nos últimos dias uma campanha contra o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), novo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara (pelo menos até o fechamento desta crônica...). O lema da campanha, que virou hit nas redes sociais, é "Marco Feliciano não me representa". Não costumo aderir a esse tipo de histeria militante coletiva, mas devo reconhecer que o questionamento da representatividade é uma ideia interessante. Portanto, vamos lá.

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O sr. Jean Wyllys não me representa, principalmente quando aplica suas técnicas de Big Brother Brasil ao debate parlamentar. Ademais, como eu posso acreditar em um político que celebra o casamento entre socialismo e liberdade, essa contradição em termos? Como respeitar um sujeito que chama o papa Bento XVI, um dos mais brilhantes pensadores vivos, de "genocida em potencial"?

Por defender posições semelhantes, a secretária nacional de Direitos Humanos, sra. Maria do Rosário, não me representa e nunca me representará. Assim como não existe a possibilidade de que a sra. Eleonora Menicucci, secretária nacional de Políticas para Mulheres e notória defensora do aborto, venha a representar-me algum dia. Com o perdão da rima, asseguro-lhes que a "presidenta" também não me representa (só consigo usar a palavra "presidenta" assim, entre aspas).

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Eu não escolheria a sra. Daniela Mercury para representar-me sequer na reunião de condomínio lá do prédio. Vai que ela resolve cantar! Não sei o que é pior: o axé music ou a militância. Tampouco chamaria Fernandinha e Fernandona Montenegro para a mesma finalidade: elas só sabem representar quando dispõem de um bom roteiro. No Congresso Nacional, dificilmente encontramos algum parlamentar; o que mais vemos naquele lugar é gente "pra lamentar". Renan Calheiros, Henrique Alves, João Paulo Cunha, José Genoino – o que eles representam para mim é algo que não pode ser publicado nesse jornal de família. Intelectual que defende a ditadura cubana não me representa. Professor universitário que odeia a livre iniciativa não me representa. Blogueiro que usa a sério a palavra "estadunidense" não me representa. Militante ateísta que reclama de "violação de laicidade" não me representa. Não me representam os adoradores de facínoras como Lenin, Stalin, Mao, Fidel Castro, Che Guevara, Prestes e Marighella. Eu não escolheria um discípulo de Gramsci ou Lukács para meu representante nem mesmo numa reunião de torcida organizada. Palestrantes de seminários sobre Karl Marx – o homem que falsificava dados para justificar a sanguinária teoria da luta de classes – nunca serão meus procuradores, ainda que se trate de um bingo beneficente.

Ah, eu ia me esquecendo: Marco Feliciano também não me representa. Mas a "presidenta" já o representou nas eleições...