Um dos principais destinos turísticos do país, Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, deixa a desejar quando o assunto é atendimento ao turista oferecido pelo poder público. A construção de dois Centros de Atendimento ao Turista (CATs) está atrasada há três anos.
As obras foram anunciadas pelo governo do Paraná em junho de 2014 com a promessa de que seriam entregues em três meses. Com a demora, a demanda por informações aos visitantes é atendida de forma aleatória em postos de gasolina, de acordo com o Sindicato das Agências de Turismo (Sindetur).
“É uma situação lamentável. A verdade é que, infelizmente, postos de gasolina e outros locais alheios ao setor têm servido como referência aos nossos visitantes quando precisam de informações sobre atrativos locais. Aguardamos há três anos por estes importantes equipamentos que até hoje não cumpriram com sua finalidade. E são obras pequenas, de fácil execução”, critica Licério Santos, presidente da entidade.
LEIA MAIS: Juiz federal manda União ampliar fiscalização na fronteira sob pena de multa diária
Procurada pela reportagem, a Paraná Turismo afirmou, por meio de sua assessoria, que o atraso se deu em razão da falência da empresa responsável inicialmente por tocar os empreendimentos. A autarquia vinculada ao governo do Paraná pontuou que já elaborou um novo processo licitatório para que as obras sejam retomadas e concluídas.
Recursos
Os equipamentos são executados pelo governo do estado com recursos do governo federal. As obras foram orçadas inicialmente em R$ 1,2 milhão, sendo R$ 1 milhão repassado pelo Ministério do Turismo e R$ 200 mil pelo governo do estado. Ao município de Foz coube a doação dos terrenos mais o aporte de R$ 80 mil. A empreiteira que abandonou o projeto, ainda em 2014, chegou a construir cerca de 85% da estrutura física dos dois prédios.
Cada um dos CATs inacabados conta, ao menos no papel, com 165 metros quadrados. Estão previstos para as unidades salas de atendimento aos turistas, área de espera, sala de apoio, fraldário, copa, depósito, dois banheiros para pessoas com necessidades especiais, mais dois banheiros convencionais, um terminal eletrônico para consultas on-line e estacionamento com até 22 vagas. Além disso, os dois centros deverão contar com áreas para exposições artísticas.
Mocós
Diante do atraso, os espaços transformaram-se em dormitórios para andarilhos e pontos de consumo de entorpecentes. A situação mais delicada é a do CAT situado no Centro da cidade, a menos de 50 metros da prefeitura. A área foi cercada recentemente para dificultar o acesso de intrusos. O segundo CAT está instalado na rodovia das Cataratas, ao lado da Secretaria Municipal de Turismo.
LEIA TAMBÉM: Por que a malha aérea do Paraná encolheu?
Para o presidente do Sindicato dos Hotéis Restaurantes Bares e Similares (Sindhoteis) de Foz do Iguaçu, Carlos Silva, a realidade do turismo na cidade poderia ser melhor com o devido funcionamento dos equipamentos.
“Afinal os CATs servem como ponto de orientação para turistas em busca de telefones de agências de turismo receptivo e de viagem, meios de hospedagem, compras, entretenimento, entre outros. Por estarem em locais de fácil acesso, têm função estratégica no acolhimento ao turista, contribuindo na imagem positiva do destino e retorno do visitante”, avaliou.
A Secretaria Municipal de Turismo de Foz do Iguaçu não se manifestou sobre o assunto. A Paraná Turismo informou que não há previsão para inauguração dos prédios.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano