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Alvaro Dias, senador do PV | Edilson Rodrigues/Agência Senado
Alvaro Dias, senador do PV| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O senador paranaense Alvaro Dias (PV) chegou a ser citado na “megadelação” da Odebrecht. O delator Pedro Augusto Ribeiro Novis cita em seu depoimento fatos ocorridos ainda no período em que o político era governador do Paraná, entre 1987 e 1991. Segundo o delator, que também acusa ex-governadores de outros estados, “pessoas ligadas a essas autoridades teriam recebido vantagens indevidas por meio do Setor de Operações Estruturadas”, como era conhecido o departamento da empreiteira que pagava propinas. Entretanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) não encontrou elementos suficientes para abrir uma investigação contra Dias.

“As aludidas afirmações revelam-se insuficientes a demonstrar prática de delito criminal, o que afasta o interesse do Ministério Público Federal em dar continuidade ao feito”, diz o texto da PGR.

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Com base nesta alegação, o ministro Edson Fachin determinou o arquivamento deste caso, atendendo ao pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Procurado pela reportagem, o senador enviou nota, por meio da assessoria de imprensa. Segue a íntegra: “Como o despacho cita campanha com frustração na obtenção de obras, a declaração trata-se, na verdade, de um atestado de boa conduta. Se houve a tentativa, a consequência foi a frustração na obtenção de obras. Não havia possibilidade de esquema. Se houve uma tentativa de esquema, não se consumou. Nosso governo não admitia em nenhuma hipótese”.

Outro “irmão Dias” tem petição que pede abertura de inquérito

O irmão de Alvaro Dias, o ex-senador Osmar Dias (PDT), também foi citado no conjunto de delações da Odebrecht. No entanto, no caso deste, o ministro-relator da Lava Jato no STF decidiu encaminhar o pedido de inquérito para a Justiça Federal do DF.

Segundo o delator Fernando Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Dias teria se encontrado com ele para acertar uma doação de R$ 500 mil por meio de caixa 2 (ou seja, sem prestação de contas à Justiça Eleitoral). O pedido do dinheiro teria sido feito pelo presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, então ministro do Trabalho do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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À Gazeta do Povo, Osmar disse que, como candidato, não participava da arrecadação de recursos para a campanha. Mas defendeu que não recebeu verba da Odebrecht, não conhece ninguém da empreiteira e nem pediu doações à empresa. “O dinheiro do diretório nacional veio de forma oficial. Como ele seria colocado na conta do partido se não fosse dinheiro lícito? Estou sendo condenado publicamente por uma delação que sequer conheço o teor”, criticou o ex-senador.

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