A Comissão Nacional de Ética Partidária do Solidariedade (SD) decidiu expulsar a vereadora de Curitiba Katia Dittrich do partido. Conhecida como “Katia dos Animais de Rua”, ela é acusada de ter ficado com parte do salário de assessores contratados em cargo de comissão e que estavam lotados em seu gabinete. A decisão é de 9 de novembro e foi ratificada nesta terça-feira (5) pelo presidente nacional da legenda, o deputado federal Paulinho da Força (SP). A parlamentar nega as acusações.
As denúncias foram apresentadas à Câmara da capital por ex-assessores da parlamentar, depois que já haviam sido exonerados ou tinham pedido exoneração dos respectivos cargos. Eles alegaram que não concordavam com a cobrança de parte dos salários. Entre as provas apresentadas ao Legislativo municipal constam dois comprovantes de depósitos feitos em contas bancárias da vereadora. Um deles diz respeito a um empréstimo de R$ 5 mil que uma servidora fez e alegou ter repassado à parlamentar.
A partir da denúncia encaminhada à Executiva Nacional do SD pelo diretório estadual do partido, o presidente da Comissão de Ética, Flávio Nogueira Jr., entendeu que “as graves acusações de usurpação do salário de funcionários [não condizem] com a ética e moral de qualquer cidadão e não é tolerada pelo Solidariedade”.
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Diante da “robustez das provas” e da “gravidade dos fatos”, Nogueira Jr. decidiu expulsar a vereadora monocraticamente. “A representada simplesmente negou as acusações sem mencionar qualquer defesa, ou nomear qualquer testemunha em seu favor. A argumentação utilizada pela filiada e vereadora não traz qualquer fato que anule as acusações impostas. (...) A corrupção de qualquer forma é uma conduta funesta que tem assolado o Brasil nos últimos anos, causando estragos em todas as áreas”, diz o documento de expulsão da parlamentar curitibana.
A decisão foi referendada pela direção da legenda “por descumprimento das regras partidárias e evidente infidelidade partidária”. O documento deverá ser encaminhado nesta quarta-feira (6) à Câmara de Curitiba e ao Ministério Público Estadual do Paraná (MP-PR), que também investiga o caso.
Outro lado
Procurado por telefone, Katia Dittrich não foi encontrada para comentar a expulsão. Há cerca de um mês, ao depor à comissão que apura o caso na Câmara - e pode culminar com sua cassação -, ela defendeu a tese de que foi vítima de um “complô”, que teria sido articulado pelos ex-servidores e pelo ex-vereador Zé Maria (SD), suplente dela e que assumiria em caso de cassação.
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“Eu nego [que tenha me apropriado de parte dos salários dos servidores]. Eles [os ex-assessores] foram mandados embora em janeiro, fevereiro, março... e isso só aparece em julho? É um complô”, disse Katia. Instada a apresentar provas que ligassem Zé Maria a sua tese, a vereadora respondeu com outra pergunta: “Provas eu não tenho, mas quem teria a ganhar com a minha cassação?”.
Veja a decisão do Solidariedade pela expulsão da vereadora Katia Dittrich: