Paraná tem R$ 15 bilhões depositados em conta judicial para pagamento de precatórios.| Foto: Fotos Públicas/Rafael Neddermeyer

A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) do governo do Paraná dispõe de apenas dois contadores para fazer os cálculos necessários à liberação do pagamento de precatórios – dívidas do estado reconhecidas pela Justiça. No total, o estado tem mais de R$ 15 bilhões depositados em uma conta judicial para pagamento desses débitos, acumulados desde 1998. Ao todo, são pouco mais de 2,7 mil credores aguardando pagamento.

CARREGANDO :)

Depois que as ações movidas por credores transitam em julgado – com o reconhecimento judicial da dívida – os débitos se convertem em precatórios, que vão para uma espécie de fila. O governo, no entanto, fez acordos com quem aceitava sair da fila, em troca de receber um valor menor. Em julho do ano passado, o secretário de Fazenda, Mauro Ricardo, anunciou que pagaria os credores que concordassem em receber um desconto de 40% no valor do precatório para ir para uma fila menor.

Com “teto de gastos”, Richa projeta corte de R$ 3,6 bilhões no Orçamento de 2018

Publicidade

Os cálculos desses descontos são feitos pelos contadores da PGE. As duas câmaras de conciliação de precatórios do governo têm apenas um contador cada – dois, no total. O número é considerado insuficiente pela PGE. Além deles, a Procuradoria tem outros oito contadores, mas estima que precisaria dobrar o efetivo para atender toda a demanda. “[Precisaríamos], no mínimo, de 20 contadores para todas as demandas da PGE”, disse o órgão, por meio de sua assessoria de imprensa.

Em entrevista ao jornalista Celso Nascimento, colunista da Gazeta do Povo, o procurador-geral do Estado, Paulo Rosso, havia apontado a escassez de contadores como uma das razões para a demora no pagamento dos precatórios. Ele classificou os cálculos como “imprescindíveis” e avaliou que a solução definitiva seria a contratação de mais profissionais desta categoria.

Operação ‘tapa-buraco’ do governo Richa é suspensa por problema em licitações

Até agora, no entanto, a Secretaria da Fazenda não autorizou a contratação, “em razão da necessidade de contenção de despesas em decorrência da crise econômica pela qual passa o país”. Em nota, a assessoria da PGE também ressaltou que não haveria outra forma de agilizar a liberação dos pagamentos, já que os cálculos dos descontos são feitos exclusivamente pelos contadores.