A prefeitura de Curitiba não vai reajustar o salário dos servidores municipais em 2017. A informação foi repassada aos representantes dos sindicatos em uma reunião realizada na manhã desta terça-feira (31). Originalmente, a data-base dos servidores era no fim do mês de março, mas um dos projetos integrantes do pacote de ajuste fiscal da prefeitura determinou que a data da revisão geral anual da remuneração dos servidores municipais seria no dia 31 de outubro.
A decisão do Executivo deixa ainda mais tensa a relação entre a prefeitura e os servidores municipais, que na primeira rodada de reuniões, que aconteceu na segunda-feira (30), pediram 10% de reajuste, sendo 6,39% referente à inflação e 3,61% de aumento real. Além disso, os servidores reivindicam também um abono de 38% do salário a ser apenas em novembro, como forma de compensar as perdas acumuladas de março a outubro de 2017, devido à alteração da data-base, segundo os sindicatos.
CELSO NASCIMENTO: Richa quer se recuperar em Curitiba: dá a Greca dinheiro para asfalto, restaurantes, saúde...
A prefeitura ainda não se pronunciou sobre o congelamento dos salários. Entretanto, na reunião desta terça, de acordo com o que foi registrado em ata, os representantes da prefeitura afirmaram que, após um encontro realizado “com grupo gestor e o prefeito” na segunda (30), decidiu-se por não conceder reajuste aos servidores.
A argumentação é de que diante da queda nas receitas, o município não tem recursos para conceder o aumento. Os representantes da prefeitura ainda afirmaram que há estudos sendo feitos pela equipe do Executivo e que, nos próximos dias, podem convocar os representantes dos sindicatos para nova rodada de negociações.
Ajuste fiscal
Para o orçamento da prefeitura de 2018, os gastos com pessoal e encargos sociais caíram em relação ao ano anterior, algo que não acontecia desde 2005. Para 2018, a previsão de gastos com pessoal terá queda nominal de R$ 262 milhões, o equivalente a 6%. Com isso, o pagamento da folha, que respondeu por 54,4% das despesas de 2017, terá uma fatia de 52,7% em 2018.
Desde a campanha eleitoral, Greca vem criticando a expansão do gasto com pessoal. Em seus discursos o prefeito costuma dizer que a prefeitura não pode virar um grande departamento de recursos humanos e que as dificuldades do Executivo em prestar serviços à população derivam em boa parte do crescimento desmedido dos gastos com funcionários. Em 2008, por exemplo, o funcionalismo representava 32% das despesas municipais; dez anos depois esse dado cresceu 20 pontos porcentuais.
LEIA TAMBÉM: Greca troca mais um nome do primeiro escalão. É o nono em dez meses de prefeitura
Ineditismo
Segundo Irene Rodrigues, coordenadora-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) – que representa a maior parte do funcionalismo de Curitiba –, esta é a primeira vez em 37 anos que a prefeitura propõe congelar o salário dos servidores.
“A proposta de zero reajuste é nova nós não entendemos porque a prefeitura fez lei alterando a data-base de março para outubro se não tinham convicção da arrecadação. Disseram que era importante aprovar o pacote para garantir o pagamento da data-base e agora não estão dando o reajuste”, afirmou.
Segundo ela, há uma assembleia da categoria agendada para a noite desta terça-feira (31). Na reunião os servidores vão discutir a proposta do Executivo e definir os próximos passos do movimento sindical. “Certamente haverá mobilização”, adianta Irene.
Governo Lula cobra fatura de aliança com Lira nesta última semana do Legislativo
PF busca mais indícios contra Braga Netto para implicar Bolsonaro em suposto golpe
Não é só nos EUA: drones sobrevoam base da Força Aérea americana e empresas estratégicas na Alemanha
Juiz de Brasília condena Filipe Martins por suposto “gesto racista” em sessão do Senado