Os vereadores favoráveis ao pacote de ajuste fiscal da prefeitura de Curitiba não terão folga da pressão dos servidores nem dentro de suas próprias casas durante o fim de semana. Na programação dos atos que acontecerão até a segunda-feira (26), data em que será feita a terceira tentativa de votação dos projetos, o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) convocou os servidores municipais para, no sábado (24), fazerem “pressão na casa dos vereadores para cobrar que votem contra o pacotaço”.
Segundo informações do Sismmac, os servidores municipais decidiram em assembleia voltar ao trabalho nesta semana e retomar a greve na segunda-feira. A assembleia também definiu um calendário de mobilização.
“Pressionar os vereadores para votar contra o pacotaço está entre as ações definidas pela categoria em assembleia. Por isso as professoras e professores da rede irão se organizar e ir até a casa do vereador do seu bairro para cobrar que digam não ao pacotaço”, diz a nota enviada pela entidade.
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Para um vereador da base aliada este tipo de manifestação não é razoável. “Isso mostra a forma de pressão que os vereadores estão sofrendo, inclusive com ameaças via redes sociais”, diz.
Desgaste crescente
A relação entre sindicalistas e vereadores da base tem ficado cada vez mais desgastada desde que os projetos do Executivo chegaram para análise dos parlamentares, no fim de março. As cobranças dos servidores por mudança de posicionamento dos vereadores começaram com uma enxurrada de mensagens e postagens nas redes sociais. Inicialmente as interpelações surpreenderam, especialmente, os 14 parlamentares novatos. Poucos dias depois de o pacote chegar à Câmara um parlamentar disse que os novatos estavam “tensos e apreensivos”.
“Como é o primeiro mandato, a gente tem um certo temor, mas temos trabalhado isso de forma serena, buscando informações para conseguirmos pesar os dois lados”, disse, ainda em abril, a vereadora novata Katia Dittrich (SD).
A pressão chegou a virar caso de polícia. Incomodado com uma montagem com sua imagem que circula na internet, o vereador Dr. Wolmir Aguiar (PSC) denunciou o caso à Polícia Civil. A montagem dizia que os vereadores seriam “cúmplices” de um “assalto de R$ 600 milhões ao IPMC (Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba)”.
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Na avaliação de Wolmir Aguiar, o desrespeito e manifestações anônimas não podem ser permitidos. Foram esses os motivos que levaram o parlamentar a pedir que o Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber), da Polícia Civil, investigue a origem das imagens.
“Vou manter a urgência do ajuste fiscal a qualquer preço”, diz Greca
Leia a matéria completaCom a evolução do debate sobre o plano de ajuste no Legislativo e a configuração de blocos de apoio e oposição, a pressão se concentrou sobre a base aliada e espalhou-se, portanto, entre novatos e mais experientes. Os parlamentares que estão há mais tempo no cargo relatam não ter visto, no passado recente, qualquer tipo de pressão ou manifestação com a mesma intensidade que essas ensejadas pelo ajuste fiscal.