Uma equipe do Instituto Oncológico Dana-Farber de Boston, nos Estados Unidos, constatou que a combinação de dois fármacos experimentais evita, de maneira mais eficaz, a progressão do câncer de ovário em pacientes que sofreram uma recaída, o que poderia representar uma alternativa à quimioterapia padrão.

CARREGANDO :)

Este estudo é um dos trabalhos divulgados neste sábado (31) na reunião da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco). Nele foram comparados dois tipos tratamento: a combinação das moléculas "olaparib" e "cediranib", e a primeira sozinha, em mulheres com câncer de ovário (com mutações no gene BRCA ou sensíveis à quimioterapia com platinos).

Segundo os resultados, as mulheres que receberam a combinação dos dois fármacos conseguiram manter a doença estagnada durante 17,7 meses, frente aos nove meses das que só tomaram "olaparib".

Publicidade

Além disso, as taxas de redução do tumor foram marcadamente mais altas no grupo que combinou os dois remédios, 80% a mais, contra 48% no grupo que só tomou "olaparib": cinco pacientes no grupo de combinação e dois pacientes no grupo de apenas "olaparib" tiveram uma remissão completa do tumor. Trata-se da primeira vez que se explora a combinação de dois fármacos para os casos de câncer de ovário.

O estudo está na fase II, onde se prova a eficácia do tratamento em um número reduzido de pacientes - neste caso 90. Logo, para dados mais conclusivos é preciso aguardar os testes clínicos que incluem quatro fases.

No entanto, a pesquisadora principal, Joyce Liu, do Dana-Farber de Boston, disse em entrevista coletiva que "a significativa atividade vista na combinação das duas moléculas sugere que poderia ser uma alternativa eficaz à quimioterapia".

Ela destacou que esta proposta ainda não é viável para a prática clínica, pois nenhum destes dois remédios foi aprovado pela FDA, a agência americana de remédio.

"Precisamos de testes adicionais que confirmem o que encontramos neste estudo", ressaltou a médica.

Publicidade

Quanto aos efeitos colaterais, alguns apareceram com mais frequência, como pressão arterial alta, fadiga e diarreia, no grupo que combinou os dois fármacos, embora tenham sido "geralmente controláveis".