Tira-dúvidas
Durante dez dias (entre 27 de julho e 5 de agosto), os leitores da Gazeta do Povo enviaram ao jornal suas dúvidas sobre prevenção, sintomas e tratamento da gripe A H1N1. Veja as respostas dos especialistas :
- Imprima o cartaz com as principais informações sobre a Gripe A
Para médicos da Sociedade Paranaense de Infectologia, Curitiba não precisaria adotar neste momento medidas semelhantes às de Cascavel. O presidente da sociedade, Alceu Fontana Pacheco Júnior, explica que a ação de fechar bares e shoppings não iria ajudar a capital no enfrentamento da doença. Ele é contra, inclusive, a restrição do movimento adotada pelos bancos. Uma decisão da Justiça do Trabalho, que vale até o dia 17, limita o ingresso a 10 clientes para cada quatro caixas nas agências bancárias.
Pacheco, no entanto, considera acertada a decisão de suspender as aulas na capital. "É uma medida tecnicamente bem colocada porque as crianças transmitem a gripe A pelo dobro do tempo dos adultos", afirma. Segundo ele, havia a possibilidade de ocorrer ampla disseminação nas escolas.
Moacir Pires Ramos, membro do comitê de enfrentamento da gripe A da Sociedade Paranaense de Infectologia, explica que os comportamentos das pandemias são heterogêneos ao longo da história. "Uma epidemia de gripe não é exatamente igual a outra e sua ocorrência em conjuntos populacionais também pode variar", explica. Por causa disso, as medidas de Cascavel não se aplicariam a Curitiba.
Ele diz que há uma série de fatos que pode ocorrer em uma cidade e não necessariamente na outra: a suposição de o frio ter sido mais intenso em uma cidade, um possível acesso menos flexibilizado ao medicamento Tamiflu ou um início tardio de suspensão de atividades. Segundo Ramos, a medida da prefeitura de Cascavel é defensável dependendo da situação epidemiológica do município números que ele diz não conhecer.
Ramos cita ainda que a percepção dos membros do comitê de que ele participa é de que a procura por atendimento hospitalar diminuiu nesta semana em Curitiba. A diminuição seria fruto dos dias menos chuvosos e frios, da suspensão das aulas, da flexibilização no acesso ao Tamiflu e da maior conscientização da população.