• Carregando...
Shopping fechado: clientes tiveram de procurar outro lugar para almoçar | Cesar Machado/Vale Press
Shopping fechado: clientes tiveram de procurar outro lugar para almoçar| Foto: Cesar Machado/Vale Press

Curitiba não tem motivo para adotar restrições

Para médicos da Sociedade Paranaense de Infectologia, Curitiba não precisaria adotar neste momento medidas semelhantes às de Cascavel. O presidente da sociedade, Alceu Fontana Pacheco Júnior, explica que a ação de fechar bares e shoppings não iria ajudar a capital no enfrentamento da doença. Ele é contra, inclusive, a restrição do movimento adotada pelos bancos. Uma decisão da Justiça do Trabalho, que vale até o dia 17, limita o ingresso a 10 clientes para cada quatro caixas nas agências bancárias.

Leia a matéria completa

Tira-dúvidas

Durante dez dias (entre 27 de julho e 5 de agosto), os leitores da Gazeta do Povo enviaram ao jornal suas dúvidas sobre prevenção, sintomas e tratamento da gripe A H1N1. Veja as respostas dos especialistas :

- Imprima o cartaz com as principais informações sobre a Gripe A

  • Restrição atinge vários estabelecimentos, mas a regra não é clara para pessoas

Cascavel - A decisão da prefeitura de Cas­cavel, no Oeste do estado, de fechar estabelecimentos para evitar aglomerações causou espanto e dúvidas na população. A medida foi tomada para impedir a maior propagação da gripe A (H1N1) na cidade, que registrou duas mortes causadas pela doença até o momento. Ontem, donos de lojas, represen­tantes de instituições e consumidores, pegos de surpresa pela determinação, tentavam entender o que precisava e o que não precisava fechar.

O fechamento dos estabelecimentos foi determinado na terça-feira e, poucas horas depois, à zero hora de quarta, já estava valendo. A primeira notificação ocorreu contra um bar-restaurante, forçado a mandar os clientes embora às pressas. Ontem, os donos do estabelecimento, dizendo-se mal in­­for­­mados, procuraram a Se­­cre­­taria Muni­cipal da Saúde. "Tive­­mos desperdício de alimentos e um grande prejuízo moral", disse Mateus Ferreira, 27.

Ontem, o Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes entrou com um mandado de segurança pedindo para que os estabelecimentos possam permanecer abertos no fim de semana. A Justiça ainda não se posicionou sobre o pedido.

A decisão do fechamento, to­­mada pelo Comitê de Enfren­­tamento à Influenza A (H1N1), atingiu lojas, igrejas e até o único shopping center da cidade. A interrupção do atendimento só termina na segunda-feira, dia 17. O secretário municipal da Saúde, Ildemar Marino Canto, disse que a medida só tem uma função: "A promoção da saúde e a preservação da vida", afirmou.

Canto também rebateu a declaração do secretário de estado da Saúde, Gilberto Martin, que considerou a ação desnecessária, equivocada e precipitada. Segundo o secretário de Cascavel, a medida foi necessária para evitar aumento de transmissão e de óbitos.

Desinformação

A desinformação foi grande em toda a cidade. Nem mesmo a Secretaria Municipal da Saúde soube esclarecer os mecanismos de fiscalização. A prefeitura passou o dia tentando esclarecer a situação, entregando documentos a donos de estabelecimentos.

O único shopping center da cidade, localizado a poucos metros da Secretaria Municipal da Saúde, também não tinha recebido informações suficientes e fechou as portas às 10 horas, sem nenhum co­­municado aos clientes. Muitas pessoas, acostumadas a almoçar no local, foram pegas de surpresa ao verem as portas fechadas.

O professor Sérgio Caligari, 48, frequentador dos restaurantes do shopping, ficou revoltado. "É um absurdo, ninguém informa nada direito. As coisas precisam acontecer de forma mais clara. O que estamos percebendo é um grande desencontro de informações", disse. Para o professor, o fechamento até poderia ocorrer, mas de forma mais planejada e esclarecedora. "O que vemos é que isto causou mais pânico na população."

Apesar da medida, muitos serviços de gastronomia funcionaram normalmente ontem. Usando máscaras e álcool gel, fun­­cio­­nários disseram-se um pouco as­­sustados com a situação. Foi o ca­­so de Ana Maria Rigo, 43, dona de três restaurantes na cidade. Se­­gundo ela, o movimento caiu pelo menos 30%. "Nós estamos preocupados, mas vamos atender todas as determinações que nos derem", diz ela, que ontem comprou cinco litros de álcool em gel por R$ 40.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]