Há cerca de 15 anos, o material dos implantes era líquido e casos de corrosão ou rompimento podiam fazer com que o silicone vazasse e circulasse pelo organismo da mulher. "O líquido se dirigia para os gânglios linfáticos e se espalhava pelos tecidos. Isso era grave, pois era preciso operar e procurar o silicone pelo corpo", explica o cirurgião da clínica Sculpture, Jorge Wagenführ Júnior. O material evoluiu e os riscos diminuíram, mas eles não desapareceram totalmente.
Com um material mais viscoso e concentrado, exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os transtornos comuns no passado não ocorrem, mas o risco de corrosão ou rompimento do implante por choque ou desgaste natural ainda persiste.
Hoje, porém, isso não costuma trazer grandes perigos para a saúde. "O rompimento não apresenta risco às pacientes. Quando isso acontece, a mulher percebe, pois sente o amolecimento das mamas e nota mudanças visuais, como o achatamento dos seios", explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Sebastião Guerra.
O risco de ruptura que aumenta com o passar do tempo é influenciado pela qualidade do material. "Isso, normalmente, só vai acontecer após dez anos. Esse processo é natural dos implantes e não pode ser evitado. Algumas pacientes podem levar muito tempo para que isso ocorra muito mais de dez anos", esclarece a professora do curso de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Ruth Graf.
Corpo humano
Para proteger a paciente dos "corpos estranhos" representados pelos implantes, o organismo desenvolve uma cápsula fibrosa a cápsula do implante ao redor do material. Caso haja um rompimento, é ali que o silicone permanece. Outros problemas, como a contratura capsular enrijecimento da cápsula do implante que pode causar dor nas mamas e até deformação na pele , já não são tão comuns.
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