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Tira-dúvidas

Durante dez dias (entre 27 de julho e 5 de agosto), os leitores da Gazeta do Povo enviaram ao jornal suas dúvidas sobre prevenção, sintomas e tratamento da gripe A H1N1. Veja as respostas dos especialistas :

- Imprima o cartaz com as principais informações sobre a Gripe A

O Ministério da Saúde informou que estuda a compra do medicamento Relenza (zanamivir), produzido pelo laboratório britânico Glaxo SmtihKline, para ser usado em pacientes com gripe A no Brasil que apresentem o vírus H1N1 resistente ao tratamento com Tamiflu (oseltamivir). De acordo com o Ministério, não foram detectados casos de resistência ao medicamento no país até agora. O governo não informou a quantidade ou o prazo para a compra do Relenza. O Ministério também não pensa em estocar o zanamivir como alternativa para o tratamento feito com o Tamiflu.

De acordo com o ministério, será adquirido apenas um pequeno estoque do Relenza, já que há quantidade suficiente de Tamiflu para atender os pacientes com a doença no Brasil. Segundo o Ministério, foram distribuídos 485 mil tratamentos nos últimos três meses. Até o fim de agosto, serão mais 800 mil.

O Ministério negocia mais 9 milhões de tratamentos com entrega prevista até maio de 2010. O Ministério informa que esses tratamentos estão prontos para consumo. Além disso, há 8,79 milhões de tratamentos estocados em matéria-prima bruta, pó armazenado a granel, que será transformado em cápsulas na medida do necessário.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que casos de resistência ao Tamiflu já foram registrados no Canadá e na China e por isso ele classifica como "irresponsável" a proposta para distribuição indiscriminada do medicamento, já que seu uso descontrolado poderia tornar o vírus resistente no país.

Médicos infectologistas avaliam que o Relenza também é eficiente no combate ao vírus H1N1 e poderia ser usado como alternativa ao Tamiflu. A diferença é que o medicamento é inalado e não ingerido em cápsulas como o Tamiflu. Exatamente por isso, o Relenza não é indicado para ser ministrado em crianças pequenas. Os médicos afirmam que o Relenza poderia ser uma alternativa ao Tamiflu e não necessariamente ser usado apenas em caso de resistência do vírus. Em algumas cidades do país, pacientes reclamaram da falta do Tamiflu, apesar do governo garantir que há medicamento suficiente para todos os doentes.

- O Relenza seria outra opção ao Tamiflu - diz o médico infectologista Juvêncio Furtado, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.

O infectologista Edmilson Migowski, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, lembra que a eficácia do Relenza é a mesma do Tamiflu no tratamento da gripe suína.

- É outro fármaco, mas tem a mesma ação do Tamiflu - diz ele.

O defensor público, André Ordacgy, da Defensoria Pública da União (DPU), informou que o laboratório Glaxo já havia oferecido o Relenza ao Ministério da Saúde para tratamento da gripe suína no segundo semestre deste ano. Mas como o Ministério já tinha o Tamiflu estocado, a oferta foi recusada. O Tamiflu foi adquirido para tratamento de uma possível epidemia de gripe aviária.

- O Ministério poderia ter adquirido o Relenza para reforçar seu estoque - diz o defensor.

Ele é o autor de uma ação ação civil pública contra a União que tem como objetivo garantir a distribuição do antiviral Tamiflu a toda a população brasileira. Ordacgy defende que o Tamiflu deve estar disponível em toda a rede pública e privada de saúde. De acordo com ele, com base no que já é feito em outros países, a Defensoria está pedindo também a liberação da venda do antiviral nas farmácias. O governo é contra a proposta por causa da automedicação e para evitar que o vírus fique mais resistente. O defensor quer que a comercialização do Tamiflu seja feita mediante apresentação de receita médica.

- O governo adotou uma política equivocada de centralizar o medicamento. Por isso, o número de mortes está aumentando no Brasil - informou Ordacgy.

Até este fim de semana, pelo menos 300 pessoas já tinha morrido de gripe suína no Brasil, segundo dados divulgados pelas secretarias municipais e estaduais de Saúde.

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