O Ministério Público Federal (MPF) apresentou um novo pedido de liminar, nesta quarta-feira (19), para garantir que todos os paranaenses recebam a vacina contra a gripe A (H1N1). A ação determina que o Paraná e a União adquiram imediatamente novas doses do medicamento e disponibilizem a vacina para toda a população paranaense que foi excluída da campanha nacional.

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De acordo com o MPF, os laboratórios que produzem a vacina informaram que existem 20 milhões de doses disponíveis para a compra. A ação justifica que a vacinação em massa é necessária porque o estado foi um dos mais atingidos pela epidemia da gripe em 2009 e que a divisão dos grupos prioritários não levou em conta critérios regionais.

Ainda segundo o texto, o governo do estado e a União não demonstram interesse em solucionar esse problema comprando mais doses. Somente após o encerramento da campanha nacional de vacinação, nesta sexta-feira (21), é que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) vai avaliar com o Ministério qual será a estratégia para o Paraná, que espera as eventuais sobras de vacina de outros estados para ampliar a imunização para a população.

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Na última semana, o Conselho Regional de Medicina (CRM-PR) e a Associação Médica do Paraná (AMP) entraram na Justiça para garantir a vacinação universal. O novo pedido do MPF foi feito porque o Tribunal Regional Federal da 4ª Regiãosuspendeu, em 3 de maio, a liminar concedida pela Justiça Federal do Paraná que determinava que a União adquirisse as vacinas extras.

Impasse

O Paraná já imunizou 4,1 milhões de pessoas contra a gripe A. O número equivale a uma cobertura de 85% da população geral, o que supera a meta de 80% determinada pelo Ministério da Saúde (MS). No entanto, o próprio ministério contesta os números, alegando que eles não são válidos porque o estado não atingiu o objetivo em dois grupos prioritários: o de gestantes, que tem índice de 77%, e o de adultos entre 30 e 39 anos, que imunizou 39% do total.

Essa diferença entre os dados é ocasionada porque alguns grupos, como os de doentes crônicos, extrapolaram muito a estimativa inicial. Em razão dessa discrepância, o estado deve receber ainda nesta semana 300 mil doses adicionais, para compensar o que foi usado nesses grupos prioritários que ultrapassaram a meta.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) afirma que sempre foi orientada a trabalhar com os índices dos grupos prioritários isoladamente e número absoluto, que trata da população em geral. De acordo com a Sesa, os técnicos da secretaria não receberam nenhuma orientação em relação a uma nova forma de cálculo.

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Imunização

Proporcionalmente, o Paraná é o estado que mais imunizou a população em todo o país, mas apesar do bom resultado geral, os grupos que não atingiram a meta causam preocupação às autoridades de saúde. A dois dias do fim da campanha, a adesão dos adultos entre 30 e 39 anos ainda é muito baixa em diversas cidades do estado.

Em Curitiba, a meta de 80% já foi superada em todos os grupos, mas os adultos entre 30 e 39 anos não imunizaram nem metade do total. Já foram distribuídas 143.857 doses, o que equivale a 45,3%. A Secretaria Municipal de Saúde faz um apelo para que essas 170 mil pessoas compareçam às unidades de saúde até a próxima sexta-feira (21) e que as empresas autorizem a saída dos funcionários que precisam tomar a vacina.

Casos

De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Sesa no dia 10 de maio, já foram confirmados 1.150 casos de gripe A e 11 mortes no estado. Outros 1.710 exames deram resultado negativo.

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Em Arapongas, na região Norte, um homem de 30 anos contraiu a doença alguns dias depois de ter recebido a vacina. De acordo com informações da 16ª Regional de Saúde, que fica em Apucarana e abrange o município, o rapaz não teve complicações e não está mais com a doença. Não havia informações sobre o quadro de saúde do homem e em que circunstâncias ele recebeu a dose contra a gripe, mas o rapaz não contraiu a doença por causa da vacina.

A última morte foi registrada em Maringá, no Noroeste. A vítima foi o estampador Rodrigo Rosa Bonjorno, que completaria 24 anos exatamente no dia da morte, e ficou internado por 13 dias no Hospital Santa Casa, antes de morrer no dia 7 de maio.