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Pelo menos 96 jornalistas bra­sileiros foram agredidos des­de ju­nho, quando teve iní­cio a on­da de protestos no país, se­gundo levantamento da As­sociação Brasileira de Jor­na­lismo Investigativo (Abra­ji). Manifestantes foram res­ponsáveis por 25 episódios de agressão contra profissionais da imprensa. Os outros 71 casos, ou 74% do total, foram pro­tagonizados por policiais ou agentes da Força Nacional de Segurança.

Para organizações de direitos humanos e entidades de classe, apesar de as manifestações terem elevado os números deste ano, a violência contra profissionais de comunicação tem crescido nos últimos anos.

Ontem, no Rio de Janeiro, pelo menos quatro jornalistas foram agredidos durante a cobertura do protesto contra o leilão do campo petrolífero de Libra. A repórter Ali­ne Pacheco, da TV Record, foi agredida por manifestantes com um soco nas costas. O fotógrafo Gustavo Oliveira, da agência britânica Demotix, foi atingido por uma pedra­da. O também fotógrafo Pa­blo Ja­cob, de O Globo, e o cinegra­fista Marco Mota, da TV Brasil, foram atingidos por balas de borracha dispara­das por agentes da Força Nacional de Se­gurança. Um veículo da TV Record foi virado por ma­ni­festantes.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, José Augusto Camargo, avalia que esse tipo de violência não se resolve apenas com ações individuais. "É um problema pessoal, porque envolve o direito ao exercício da profissão, mas também é uma questão coletiva, porque cala a voz da sociedade". As entidades sindicais defendem a adoção de políticas públicas para combater esse aumento das agressões, como um observatório que monitore as denúncias.

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