Condenado no caso do "Morro do Boi", Juarez Ferreira Pinto, foi liberado pela Justiça, na noite desta sexta-feira (12), em Curitiba, para cumprir sua pena em casa. Juarez Pinto é portador do vírus da Aids, e o debilitado estado de saúde dele pesou na decisão judicial.
Na noite desta sexta-feira, o acusado já não estava mais na Casa de Custódia Curitiba, onde cumpria a pena de 65 anos e cinco meses de prisão.
O pedido de prisão domiciliar foi feito pelo advogado Cláudio Dalledone Junior. O defensor não detalhou que tipo de dificuldades o cliente dele enfrenta por causa da doença.
O advogado explica que a partir de agora, Juarez Ferreira Pinto permanecerá sem escolta, em casa. "Possivelmente com uma tornozeleira eletrônica", explicou. Dalledone disse que só poderá detalhar a decisão judicial na próxima segunda-feira (15).
Juarez foi condenado pelos crimes de latrocínio e atentado violento ao pudor. Não houve alteração na sentença, mas Dalledone disse que vai entrar na Justiça com um pedido de revisão criminal. Esse recurso permite que, após haver trânsito em julgado (esgotamento de solicitação de recursos nas decisões), sejam apresentados novos documentos e/ou fatos possam mudar a sentença.
Trânsito em julgado
No início de outubro deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, confirmou a condenação de Juarez pela morte do jovem Osíris Del Corso, 22 anos, em janeiro de 2009, na cidade de Matinhos, no Litoral do Paraná. A decisão ratificou a condenação feita pelo Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná ao acusado por latrocínio consumado e tentado e atentado violento ao pudor. Para a Justiça, após a decisão do STJ, o caso transitou em julgado.
Relembre o caso
O casal Monik Pegorari de Lima e Osíris Del Corso estava em uma trilha no Morro do Boi na tarde do dia 31 de janeiro de 2009, um sábado. Eles pretendiam chegar à Praia dos Amores e teriam pedido informações a um desconhecido, que se ofereceu para levá-los até a praia. Chegando à gruta na praia, por volta das 17h30, o agressor teria tentado abusar sexualmente dela. O namorado tentou defendê-la e levou um tiro no peito. A moça foi atingida por dois tiros nas costas (um deles atingiu sua coluna) e ficou caída no local, enquanto o agressor fugiu. Depois de um tempo, segundo as investigações, o agressor teria voltado até o local do crime e a violentado. Segundo a Justiça, o autor do crime é Juarez.
Mas antes de Juarez ser preso, um outro homem tinha sido preso pela polícia acusado de supostamente ser o autor confesso do crime. Por causa desse outro suposto autor do crime, ao longo das investigações, seis policiais foram presos (inclusive o então delegado de Matinhos José Tadeu Bello) acusados de terem fraudado o inquérito. Entre os policiais presos estava ainda o policial civil Altair Ferreira Pinto (conhecido como Taíco), que é justamente o irmão de Juarez Ferreira Pinto. Em entrevista à Gazeta do Povo, a vítima que sobreviveu ao crime falou sobre a sensação de alívio que sentiu quando soube da prisão de Taíco, porque as pessoas, na época, acreditavam que ela estava colocando um inocente na cadeia. "Foi o Juarez, não tenho dúvida", falou na entrevista.
Monik ficou paraplégica e se mudou de Curitiba para o Nordeste, uma região mais quente que ajuda no tratamento que ela faz. Sessões de fisioterapia e condicionamento físico ocupam os cada dia da semana de Monik. Além do tratamento convencional, Monik faz sessões de apiteria, uma terapia alternativa que usa produtos originados das abelhas. No início desse ano, em abril, ela contou à Gazeta do Povo que já conseguia ficar em pé e que prosseguia acreditando que poderia voltar a andar.
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