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O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou duas ações civil e criminal para garantir a punição dos proprietários dos pesqueiros "Graça de Deus IV" e "Damasco III", flagrados no ano passado durante uma matança indiscriminada de golfinhos no Amapá e no Pará.
Segundo a Procuradoria da República do Pará, no dia 11 de fevereiro de 2007, dezenas de golfinhos, chamados na região amazônica de botos, surgiram ensangüentados quando as redes de pesca foram puxadas para o barco "Graça de Deus IV".
Ainda segundo a procuradoria, o barco "Damasco III" havia participado da matança, que aconteceu na costa do Amapá, registrada em vídeo por um cinegrafista contratado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Agora, os donos dos dois barcos envolvidos, ambos da cidade de Vigia (PA), podem ser condenados a pagar R$ 5 mil por cada animal morto, toalizando R$ 415 mil pelos 83 botos mortos. Para garantir o pagamento, o MPF pediu o sequestro dos três barcos envolvidos.
No processo criminal, Jonan Queiroz e Waldemar Chagas Mendonça podem ser condenados a penas que variam de um a três anos de prisão. João Dias da Silva também está entre os réus.
Segundo a Procuradoria da República do Pará, Mendonça comprou parte dos botos para usar a carne como isca na pesca de tubarão.
Ainda de acordo com a Procuradoria da República do Pará , os botos mortos são do mesmo tipo que foi recentemente considerado ameaçado pela União Internacional pela Conservação da Natureza, que atualiza anualmente a lista de animais em perigo de extinção.
Segundo a União, eles vivem nos rios da Amazônia e na costa brasileira, de Santa Catarina ao Amapá, mas correm risco justamente pela prática da pesca com redes muito grandes.