Atualizado em 25/05/2006, às 19h23Um grupo de produtores está reunido no Sindicato Rural de Maringá, no Noroeste do Paraná, nesta noite de quinta-feira, para avaliar o Plano Safra divulgado pelo governo federal no fim da tarde. Eles definirão como ficam os protesto contra a crise no campo a partir de agora, com o anúncio.
Segundo o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, serão liberados R$ 60 bilhões para a safra 2006/7, o que corresponde a um aumento de 12,5% em relação à safra anterior. Rodrigues informou ainda que as dívidas dos produtores rurais serão renegociadas. O presidente do Sindicarto Rural de Maringá, José Borghi, afirmou logo após o anúncio que em princípio o plano é insuficiente e não agradou. "Por enquanto eles (agricultores) continuarão mobilizados", disse em entrevista ao ParanáTV.
Em Londrina, os agricultores mantiveram vigília até o anúncio oficial das medidas governamentais. Os tratores e máquinas agrícolas ficaram posicionados na frente da sede da Associação dos Produtores Rurais de Londrina e Região, na Aveninda Tiradentes, e produtores da região acompanharam o anúncio por um telão instalado em um dos auditórios do Parque Ney Braga.
Bloqueios em pontos isolados
De acordo com o segundo boletim desta quinta-feira divulgado pela Polícia Rodoviária Estadual, dez trechos de rodovias foram bloqueados pelos agricultores.
Na PR-182, na região de Palotina, na região Noroeste, os agricultores fecharam completamente a estrada e interromperam o tráfego. Já o trevo de Toledo, sentido Marechal Cândido Rondon, no Oeste, foi bloqueado parcialmente com os veículos sendo liberados de hora em hora, com distribuição de panfletos aos motoristas.
Na BR-163, próximo à ponte Ayrton Senna em Guairá, também no Noroeste, cerca de 100 agricultores invadiram a rodovia com 30 máquinas agrícolas. O trânsito estava sendo liberado de hora em hora. Em Ubiratã, próximo à cidade de Juranda, ainda no Noroeste, também houve um bloqueio no km 424 da BR-369.
Na região de Maringá, Noroeste do Estado, a PRE registrou protestos no km 165 da PR-317 (Peabiru), km 300 (Atalaia) e km 252 (Astorga) da PR-218 e km 311 da PR-323 (Umuarama). Já na região de Ponta Grossa, região dos Campos Gerais, existiram bloqueios na BR 466 nos quilômetros 180 e 147, próximo à Manoel Ribas.
Cronologia dos protestos
As manifestações dos agricultores contra a crise do campo, que já aconteciam na semana anterior, foram intensificadas no dia 16 de maio (terça-feira) em todo o país. No Paraná, entidades e sindicatos rurais promoveram bloqueios em quase 150 trechos de rodovias pelo Paraná. Além disso, os manifestantes bloquearam linhas férreas e fizeram churrascos gratuitos nas estradas como forma de protesto.
Em seguida, na quarta, quinta e sexta-feira, os produtores mantiveram os bloqueios a rodovias em várias regiões. Após uma trégua durante o fim de semana, os produtores mudaram de estratégia na segunda-feira. Em 11 cidades do Paraná, os protestos aconteceram em frente a agências do Bando do Brasil, quando sacas de grãos foram utilizadas para bloquear o acesso de clientes a caixas eletrônicos.
Nesta quarta-feira a Associação dos Municípios do Paraná (AMP) recomendou adesão total das prefeituras ao protesto dos agricultores em várias regiões do Paraná. O presidente da AMP, Luiz Sorvos, acredita que pelo menos 80% dos 399 municípios do Paraná devem decretar ponto facultativo e manter o funcionamento das prefeituras apenas em expediente interno.
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