O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), não descarta a participação de outros policiais militares na chacina que matou oito pessoas na sede da Pavilhão 9, torcida organizada do Corinthians. Na manhã desta quinta-feira (7) um PM e um ex-PM foram presos por suspeita de terem participado do crime. “Deve ter outros (policiais), mas só dois foram presos”, disse.

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A Justiça havia decretado a prisão dos dois a pedido do setor de investigações de chacinas do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

De acordo com as investigações, o ex-policial Rodney Dias dos Santos, de 42 anos, que atuaria no tráfico de drogas na região da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na zona oeste de São Paulo, é apontado como orquestrador do crime. Ele teria mandado executar Fábio Neves Domingos, de 34 anos, ex-presidente da Pavilhão 9, após um desentendimento. A Polícia Civil ainda investiga se o motivo está relacionado a uma possível dívida ou disputa por pontos de venda.

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Com passagem pela polícia, Santos também teria participado diretamente da chacina, junto com comparsas. Segundo as investigações, ele teria ido até a unidade da torcida organizada e atirado contra as vítimas. O ex-PM foi preso em casa, na Grande São Paulo. O outro suspeito é o soldado da Polícia Militar Walter Pereira da Silva Junior, que atua em Carapicuíba, preso no batalhão enquanto trabalhava.

Alckmin destacou a importância do trabalho de investigação da Corregedoria da Polícia Civil e afirmou que o agente na ativa será “punido exemplarmente”.

Segurança

Alckmin ainda minimizou a declaração incorreta do secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, sobre a chacina. A Folha de S.Paulo revelou no dia 24 de abril que o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) investigava o envolvimento de policiais militares no crime. Moraes, porém, descartou essa possibilidade na época.

O governador disse que as informações eram iniciais quando o secretário fez a declaração e outras pessoas devem ser presas. “É que no começo você não tinha nenhuma evidência. Não foram só dois que fizeram a chacina, mas isso quem vai falar é a Secretaria da Segurança. A gente não deve adiantar a investigação até para não atrapalhar”, afirmou Alckmin.

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Para o governador, a prisão demonstra um bom trabalho da Corregedoria da PM. “Eu quero destacar a importância do trabalho de investigação e da Corregedoria. Um [dos PMs presos] já era expulso da polícia e o outro será punido exemplarmente. O trabalho não terminou.”

Nesta semana, Alckmin já havia feito outra correção do secretário da Segurança em relação à operação na cracolândia.

Na semana passada, o prefeito Fernando Haddad (PT) disse que contava com a ajuda da PM para impedir que os viciados voltassem a construir barracas na região. Alexandre de Moraes, porém, afirmou que aquele era um problema social, não de Segurança Pública.

Dias depois, o governador disse ter orientado o secretário a atuar junto com a prefeitura na região. “A Polícia Militar deve dar toda a retaguarda para a Guarda Civil Metropolitana. Traficante é criminoso e precisa ser preso”, disse Alckmin na segunda (5).

Sessenta policiais militares também foram destinados à região da cracolândia para reforçar o patrulhamento.

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