Em Curitiba, animais de rua feridos em decorrência de atropelamentos e maus tratos dependem, em geral, de algum protetor disposto a pagar pelo seu atendimento médico ou de vagas em ONGs que oferecem atendimento gratuito. Em Florianópolis (SC) – há dois anos –, a prefeitura disponibiliza um serviço pioneiro e já replicado em outras cidades: uma ambulância socorre cães e gatos feridos e os leva para tratamento na Diretoria de Bem-Estar Animal (Dibea).
De acordo com a diretora de Bem-Estar Animal do município, Fabiana Bast, o serviço de “socorro” a animais de rua atropelados existe desde 2009. Em 2014, o atendimento veterinário móvel emergencial foi oficializado e ganhou, por meio de doação, um carro plotado e uma logomarca. “A atuação é voltada para cães e gatos em estado de saúde grave sem dono. As pessoas acionam, pegamos os dados dela e pedimos para que ela permaneça ali até a chegada da ambulância e levamos o animal para tratamento”, explica Fabiana.
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Segundo ela, há a necessidade de a pessoa se responsabilizar pelo animal até a chegada do socorro apenas para evitar trotes e impedir que o cão ou gato, se tiver condições, fuja do local. Após o resgate, além de tratados, os bichos são castrados e microchipados, antes de serem colocados para adoção. Apenas os casos mais graves vão para a eutanasia e, se alguém aparece alegando ser o dono do bicho, ele só pode levar o animal para casa mediante assinatura de um termo para garantir cuidados.
Por mês cerca de 20 animais são atendidos pelo serviço, o que, conforme Fabiana, ajuda a comprovar a importância do serviço. “Sempre existiu uma demanda muito grande por atendimento emergencial de animais e a população de animais aumentou proporcionalmente ao crescimento da população do município, assim como os abandonos”, diz a diretora de Bem-Estar Animal.
Funcionamento
Para acionar o atendimento veterinário móvel emergencial, a pessoa que localizar um animal ferido em uma via pública de Florianópolis deve ligar para a Dibea (apenas de segunda a sexta em horário comercial) e passar alguns dados, além de esperar a chegada da ambulância, na qual trabalham dois funcionários. Há uma triagem e, se o caso for emergencial, o animal é levado para a sede da Dibea, onde veterinários atuam, normalmente, fazendo cirurgias de castração. Se houver necessidade são acionados os parceiros voluntários que trabalham com ortopedia. Quando estiver recuperado, ele é encaminhado para adoção.
Embora não revele números, Fabiana garante que o funcionamento do projeto representa poucos gastos para a prefeitura. “O carro e plotagem foram doações. Temos gastos com gasolina e manutenção de vez em quando, mas não temos uma verba específica, porque a diretoria não trabalha apenas com isso”, diz.
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