Aos 188 anos, o “Jornal do Commercio” publicou nesta sexta (29), no Rio de Janeiro, a sua última edição. O motivo apresentado pelo grupo Diários Associados é a queda acelerada na receita com publicidade.
Fundado em 1º de outubro de 1827, é o mais antigo jornal em circulação ininterrupta no Brasil, segundo o grupo. Foi precedido por Correio Braziliense (1808, recriado em 1960) e Diário de Pernambuco (1825), mas ambos enfrentaram intervalos de circulação.
Com o fim da publicação e de sua versão digital, “entre 25 e 30” jornalistas serão demitidos - toda a Redação. Parte dos mais de 200 funcionários permanecerá na administração da Rádio Tupi, também dos Diários Associados.
Segundo o diretor presidente do Jornal do Commercio, Mauricio Dinepi, a decisão veio após constatar que “os anunciantes estão deixando com muita rapidez a mídia impressa, cada dia fica mais difícil”. No caso específico do jornal econômico, vêm sendo “reduzidas as obrigações de publicação legal”, ou seja, as exigências para que empresas veiculem balanços, atas, editais e outras informações em órgão impresso.
A Comissão de Valores Mobiliários, órgão do Ministério da Fazenda, determina a publicação dos documentos nas regiões em que uma empresa tenha a sua sede e onde suas ações sejam negociadas. Até 2000 “havia Bolsa do Rio e Bovespa, então a maioria tinha que publicar no Rio e em São Paulo”, diz Dinepi. “Quando acabaram com a do Rio, os jornais de São Paulo ficaram com essa mídia”, esses anúncios.
“E veio o ‘Valor Econômico’, que é um jornal excelente e ocupou o espaço com brilhantismo e uma política comercial interessante”, prossegue, referindo-se ao jornal criado pelos grupos Folha e Globo.
Em 2011, “a CVM desobrigou a publicação semestral dos balanços por bancos e seguradoras”, um novo baque para o “Jornal do Commercio”, porque representava o que o setor tratava como “safrinha” de publicidade legal.
“A primeira safra vai de fevereiro a abril. A segunda, o que a gente chamava de safrinha, era em julho e agosto. Era na verdade um volume muito grande de balanços de bancos e seguradoras. Acabou.” A “safra” anual termina nesta sexta (29), junto com o jornal.
Segundo Dinepi, “tem no Congresso uns cinco projetos para acabar com a obrigatoriedade de publicação de balanços”, com apoio de entidades empresariais, “o que seria o tiro de misericórdia” e pesou na decisão.
Junto com o “Jornal do Commercio”, sai de circulação no Rio de Janeiro o “Diário Mercantil”, também do grupo Diários Associados -assim como a rádio Nativa FM, que foi desativada em dezembro de 2015.
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