Após bloqueio de ruas por parte dos manifestantes, tanto na região central de Curitiba quanto no Centro Cívico, e até atropelamentos, terminou, por volta das 20h30 desta terça-feira (2), o ato contra o aumento da tarifa do transporte coletivo na capital paranaense. A manifestação se encerrou em frente à prefeitura, onde os manifestantes pretendiam conversar com o prefeito Gustavo Fruet, mas não obtiveram sucesso.
Apesar disso, a organização ficou satisfeita com o resultado. “Hoje a gente viu o quanto o povo na rua pode parar Curitiba”, afirmou Felipe Alves, que faz parte da Frente de Luta pelo Transporte. Para esta quarta-feira (3), o grupo planeja uma assembleia na Boca Maldita, onde devem organizar uma nova ação.
O protesto ocorreu dois dias após a passagem de ônibus em Curitiba ficar R$ 0,40 mais cara. Estudantes e ativistas foram às ruas para pedir a redução no valor da tarifa. Portando faixas com mensagens contra o aumento, cerca de 100 pessoas se concentraram na Boca Maldita, por volta das 18h desta terça-feira (2). Os manifestantes saíram em caminhada pelo calçadão da Rua XV de Novembro. O protesto é segundo organizado pelos movimentos “R$ 3,70 nem tenta” e Frente de Luta Pelo Transporte.
Bloqueio de ruas
Perto das 19h, a manifestação se dividiu. Uma parte se dirigiu à esquina das ruas Marechal Deodoro e Marechal Floriano e bloqueou a via. O restante seguiu para a esquina das ruas Mariano Torres e Amintas de Barros, que foi bloqueada pelos manifestantes por cerca de meia hora, causando engarrafamento na região.Um motorista chegou a descer do carro e chutar objetos que estavam sendo utilizados para o bloqueio. O trânsito foi liberado para um cidadão que estava no carro com a filha, que tinha acabado de sofrer um AVC. Os participantes do ato se reuniram novamente às 19h50, na Cândido de Abreu, onde o trânsito também foi bloqueado por alguns minutos. Neste momento, o número de presentes havia subido para 300.
Unidades da Polícia Militar (PM) e da Guarda Municipal (GM) acompanharam o ato. Segundo Felipe Barreto, presidente da União da Juventude Socialista (UJS), a intenção em parar a região central da cidade foi de chamar a atenção da sociedade e do prefeito.
Estudantes apoiam a causa
A universitária Amanda de Freitas, de 21 anos, trabalha no calçadão e não sabia do protesto, mas acha “ótimo, tinha que ter todo dia”. Amanda considera que o aumento pesa no bolso do cidadão, e se preocupa com a volta às aulas, quando precisará gastar três passagens por dia.
Com crise, proposta de motoristas e cobradores se aproxima da patronal
Leia a matéria completaEstudante da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a secretaria de Direitos Humanos da União Nacional dos Estudantes (UNE), Larissa Rahmeier, acompanhou o ato. “A luta contra o aumento das passagens vem desde os anos 2000 e ganhou força em 2013. Só este ano já houve aumentos em mais de 21 cidades, e isso impacta diretamente a juventude, que sofre mais com o desemprego”.
Ao longo do trajeto, muitos motoristas manifestaram apoio aos estudantes, em especial nos momentos em que o trânsito estava apenas parcialmente bloqueado. Os gritos de “quem buzina é contra o aumento [da passagem]”, considerados como provocação por alguns condutores, funcionou como incentivo para vários outros, apoiadores da causa.
Outras manifestações
O anúncio de que a passagem de ônibus em Curitiba seria reajustada de R$ 3,30 para os atuais R$ 3,70 foi feito na tarde da última sexta-feira (29), pela Urbs, que administra o sistema. No mesmo dia, no final da tarde, a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) anunciou aumento também para os ônibus metropolitanos, em uma escala que vai de R$ 3,70 a R$ 5,70, conforme a distância do trajeto.
Ainda antes do anúncio, cerca de 50 pessoas já haviam protestado contra o reajuste, em 22 de janeiro. O movimento “R$ 3,70 nem tenta”, liderado pelas uniões paranaenses dos Estudantes (UPE) e dos Estudantes Secundaristas (Upes), promete apresentar estudo técnico para rever o valor da tarifa (para baixo) e possibilitar o passe livre estudantil.
Em 2014, a Frente de Luta Pelo Transporte protocolou um projeto de lei de iniciativa popular para instituir o passe livre para estudante e desempregados. O projeto também cria o Fundo Municipal de Mobilidade Urbana, que seria composto por recursos provenientes de impostos, além de taxas e tarifas que incidiriam sobre a propriedade privada de centros comerciais , áreas ociosas, estacionamentos, bancos privados e grandes empreendimentos imobiliários. Atualmente, o projeto encontra-se parado na Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização.
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