Os professores desocuparam na noite desta quinta-feira (26) o prédio da Secretaria de Estado da Educação (Seed), no bairro Vila Izabel, em Curitiba. A decisão foi tomada em assembleia após a Justiça determinar a reintegração de posse. O pedido foi feito pelo governo do Paraná. Segundo a estimativa do sindicato, cerca de 300 professores estavam no local nesta noite.
Alguns docentes começaram a deixar o local por volta das 20h25, enquanto outros organizavam os pertences e limpavam a sede da Seed. Mais tarde, representantes da APP-Sindicato, que representa a categoria, a oficial de Justiça e policiais militares vistoriavam a sede da Seed. Ao fim do trabalho, nenhum dano ao patrimônio foi constatado, de acordo a oficial de Justiça.
Sem incidentes, a desocupação terminou por volta das 21h45, quando os últimos professores deixaram a sede da secretaria. Escondidos da chuva dentro do prédio, eles aguardaram o parecer da vistoria para, então, levar os colchões e demais itens de volta ao ônibus que os levaria até a sede da APP-Sindicato, local em que eles “organizariam a continuidade da luta”. A PM acompanhou todo o processo.
Em caso de descumprimento da decisão, a Justiça havia determinado multa diária de R$ 50 mil e também autorizou uso de força policial.
Segundo os manifestantes, uma reunião foi marcada para a manhã de sexta-feira, às 9 horas, no Palácio Iguaçu, para discutir a questão da hora-atividade. Professores e representantes do governo, incluindo o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, devem participar do encontro.
“Vamos a essa reunião com a expectativa que o governo possa trazer uma resposta que seja adequada à legislação e aos critérios que ele mesmo utilizou no início do ano letivo passado. Então vamos à reunião com essa expectativa. E, se não avançar, vamos continuar com muita luta já percebendo um começo de ano letivo completamente de indignação e revolta”, afirmou Hermes Leão, da APP-sindicato, que não descarta novas mobilizações, caso não haja um acordo com o governo. Segundo ele, uma nova assembleia está prevista para o dia 11 de fevereiro para discutir o tema.
Reforço policial
Pouco antes de o governo entrar com a solicitação na Justiça, a Polícia Militar (PM) enviou reforço à Seed para acompanhar a manifestação. Após uma manhã tranquila, quando apenas quatro PMs acompanhavam a movimentação dos cerca de 300 professores que entraram, cerca de 50 policiais em dez viaturas chegaram à secretaria. Uma equipe de negociação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), que atua em casos como rebeliões de presídios e assaltos com sequestros, também foi para o local à tarde para tentar intermediar uma solução.
No fim da tarde, a APP-Sindicato e PM chegaram a um acordo momentâneo sobre a ocupação. Os professores ficariam pelo primeiro andar do edifício, enquanto que vinte policiais ocupariam o segundo e terceiro andar, além do pátio da secretaria. A portaria era dividida por dois policiais e dois professores. Na sequência, a secretária Ana Seres deixou o prédio sob os gritos de “revoga” dos manifestantes.
Contudo, o acordo de manter somente 20 policiais militares não foi respeitada, já que outros 36 entraram no pátio do prédio por um acesso aos fundos.A assessoria de imprensa da Polícia Militar informou, por volta das 19h45, que, para a segurança de todos no prédio da Seed, poderia aumentar ou diminuir o número de policiais no local.
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