Após afirmar que o estado de Roraima não havia pedido ajuda do governo federal para controlar as rebeliões nos presídios estaduais - e ser desmentido por documentos, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, voltou atrás e admitiu que foi procurado pela governadora Suely Campos (PP) para tratar do assunto.
Em nota, o Ministério da Justiça afirmou que Moraes teve uma audiência com a governadora no dia 11 de novembro, e foi informado de que ela encaminharia ofícios solicitando o envio da Força Nacional para cuidar da “administração do sistema prisional”.
O ministro, porém, disse à governadora que a Força Nacional não poderia atuar dentro dos presídios, somente se houvesse a “necessidade de auxiliar em eventual rebelião ou conter eventos subsequentes que gerem insegurança pública”.
Em nota comedida, Temer lamenta chacina em Roraima
Leia a matéria completaA nota também afirma que foram liberados, na ocasião, R$ 13 milhões a Roraima “para equipamentos e armamentos para o grupo interno que atua nos presídios dos estados.
Na manhã desta sexta-feira (6), ao ser questionado sobre um ofício em que o governo federal negava o envio da Força Nacional para o estado, Moraes afirmou que o pedido da governadora de Roraima tinha como objetivo atender a questão da segurança pública em geral, e não a situação dos presídios.
“Roraima solicitou o envio da Força Nacional para fazer segurança pública, não para fazer segurança penitenciária. Na época, mandamos uma comissão e o pedido foi feito em virtude da questão dos venezuelanos, da entrada maior deles. Nós mandamos para lá a comissão para verificar a situação e aumentamos o efetivo da Polícia Federal, mas não havia necessidade da Força Nacional”, disse em entrevista no Palácio da Planalto.
No ofício enviado ao ministro em novembro e que veio à público nesta sexta, a governadora de Roraima, porém, pede explicitamente “apoio” do governo federal “em virtude das proporções dos últimos acontecimentos do Sistema Prisional do Estado de Roraima”.
O ministro, que iria a Boa Vista acompanhar a situação após o massacre que deixou 31 mortos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, cancelou a viagem. Em nota, o Palácio do Planalto afirmou que a própria governadora havia afirmado que a situação estava sob controle e que não precisava de ajuda do governo federal neste momento.
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