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Impressão digital é polêmica

No caso Amanda Rossi, existem vários pontos polêmicos. Um deles é a impressão digital que foi colhida na cena do crime e enviada a Curitiba para cruzamento de dados no Instituto de Identificação. O perito do Instituto de Criminalística, Luiz Vitor Myszkowsi, disse ao JL que, no Brasil, a identificação por impressão digital é "folclore". Ele afirmou: "O serviço de identificação civil existe, mas sequer temos (na Criminalística) comunicação com estes dados". Para o delegado de Homicídios, Joaquim de Mello, no entanto, é possível, fazer a identificação. "É trabalhoso, mas não impossível."Outro ponto que tem chamado a atenção é o fato de o sigilo telefônico de Amanda ter sido quebrado e nada ter resultado daí. "Não houve ligações para ela, nem ela fez ligações (do celular) na hora de seu desaparecimento."

Segundo o delegado, uma certeza que se tem é que Amanda foi morta no local onde seu corpo foi encontrado e que não sofreu violência sexual. "Mas nada impede que tenha sido uma tentativa de estupro. Ela pode ter reagido, e acabou morta."

A arma que causou o ferimento na cabeça da universitária também não foi localizada nem identificada. "Pode ter sido uma chave de carro, uma chave de fenda, até a quina de um tijolo", explicou o delegado.

As imagens do sistema de segurança da Unopar também não ajudaram a Polícia. O delegado afirma estar examinando vídeos amadores entregues a ele.

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Um mês após o assassinato da universitária Amanda Rossi, nas dependências da Universidade Norte do Paraná (Unopar), em Londrina, no Norte do Paraná, a polícia ainda não sabe quem cometeu o crime. Alegando sigilo nas investigações, o delegado-operacional de Homicídios, Joaquim de Mello, evita prestar informações detalhadas sobre o caso. "Estamos trabalhando, ouvindo as pessoas, investigando todas as hipóteses. Mas não tenho ninguém para apontar no momento", disse.

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Para o delegado, isto não significa que a polícia está "perdida" no caso. Ele sugere que não pode disponibilizar todas as informações que tem em mãos. "Não é uma questão de transparência. O assassino está acompanhando tudo pela imprensa e eu não posso pôr todas as minhas cartas na mesa", afirmou.

Amanda foi morta na noite de 27 de outubro, um sábado, durante um evento de dança e ginástica no ginásio de esportes da Unopar, que reuniu um público estimado em 300 pessoas. O corpo da universitária só foi descoberto na segunda-feira, na sala de máquinas da piscina de fisioterapia, localizada a 150 metros do ginásio. Um ferimento na cabeça da jovem indicava que ela recebeu uma pancada com algum objeto perfurocortante, mas, segundo a necropsia realizada no Instituto Médico Legal (IML), a morte foi causada por esganamento. A bolsa, documentos e celular foram levados do local do crime e ainda não localizados.

A demora na solução do caso é justificada por Mello pela complexidade do caso. "Este é um crime diferente e traz várias dificuldades que temos que superar", afirmou. A primeira delas seria a falta de uma testemunha ocular. Outras seriam o elevado número de pessoas que participavam do evento no dia do crime e os boatos que circulam na cidade. "A gente precisa investigar tudo, checar as informações, procurar tudo o que possa nos levar até o autor ou autores do crime. E os boatos acabam sendo prejudiciais porque nos fazem perder tempo", afirmou.

O fato de Amanda não ter antecedentes, vícios ou inimizades – comprovado pelos depoimentos das 60 pessoas ouvidas até agora pelo delegado – é outro complicador no caso. "Parece que era uma boa moça, de família, sem envolvimentos suspeitos. Isto deixa algumas dúvidas sobre a motivação do crime", disse Mello.

O delegado, no entanto, tem certeza que ainda vai chegar ao assassino. "Não existe crime perfeito. Pode demorar, mas vamos descobrir quem foi", afirmou "Ainda temos que receber o resultado do material coletado na cena do crime e que foi encaminhada à perícia, em Curitiba. O resultado deve chegar nesta semana", disse.

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Pai acredita que homicida será relevado nesta semana

O pai de Amanda, Luiz Carlos Rossi, acredita que o assassino da filha será descoberto ainda nesta semana. "Tem algo que me diz que a polícia está bem perto. Tenho fé nisto", contou. Ele vai todos os dias à delegacia. "O delegado (Joaquim de Mello) está se dedicando bastante. E está sofrendo muita pressão, do delegado-chefe, do secretário (de Segurança Pública) e até do governador", disse. A família prepara uma passeata para depois da missa de 30 dias da morte da jovem, marcada para sexta-feira, às 12 horas, na Catedral.

Os amigos de Amanda Rossi reclamam dos boatos que estão circulando na cidade. O estudante Emerson Santana Brandão, 22 anos, amigo de infância da universitária, diz que ela era uma menina meiga "que não fazia mal pra ninguém, pau para toda obra na Igreja". "Seu único problema era ser ingênua, acreditar que todo mundo era bom como ela. Acho que pagou o preço por isto", afirmou. Ele acredita que a "inveja" ou o "ciúme" possam ter motivado o crime. "Pode ser que alguém estivesse afim dela e ela tenha dito não."