A Associação de Defesa Direitos dos Policiais dos Militares (Amai) encaminhou um ofício ao governador Beto Richa (PSDB), pedindo para que sejam realizados testes balísticos nos coletes da Polícia Militar (PM), que recentemente passaram por um “recall”. A intenção da entidade é dissipar dúvidas quanto à eficácia do equipamento, que surgiram depois que a Delegacia de Explosivo, Armas e Munições (Deam) passou a investigar o procedimento.
“Esses testes são necessários para tirar essas dúvidas. Eu tenho certeza de que o comandante da PM não faria algo que prejudicasse sua tropa, mas temos que ter um teste técnico que comprove isso”, disse o coronel Eliseo Furquim, presidente da Amai.
A Deam chegou a realizar um exame balístico em amostras de coletes apreendidos. Os equipamentos foram reprovados e, em alguns casos, foram perfurados pelos projéteis disparados. Hoje, mais de 7,4 mil policiais militares usam os coletes que passaram pelo “recall”. O procedimento consiste na implantação de uma manta extra de aramida – material sintético usado na fabricação deste tipo de artefato.
O diretor da Amai, coronel César Alberto de Souza, disse que a expectativa é de que o governo responda ainda nesta semana se vai acatar o pedido da associação e realizar os testes. A entidade entende que o exame balístico feito pela Deam não atendeu a especificações técnicas e que, por isso, defende uma contraprova oficial.
“Gostaríamos que houvesse um teste com todas as recomendações e que possamos participar e acompanhar. A partir disso, poderemos condenar esse lote de coletes ou provar aos policiais que há garantias de que o material pode ser usado”, apontou.
A reportagem questionou a PM se a corporação recebeu o pedido e se deve realizar o teste balístico. Mas, segundo resposta encaminhada por meio de sua assessoria de imprensa, a corporação disse que “desconhece o expediente da Amai e não foi notificada por canal de Comando a respeito deste procedimento”.
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