O Grupo Inbra, que fabricou o lote de coletes balísticos das forças de segurança do Paraná que está sob investigação, já teve um contrato de fornecimento deste tipo de equipamento rescindido com o governo de Pernambuco. O motivo: coletes examinados pelo Instituto de Criminalística (IC) foram reprovados, depois de terem sido perfurados por projéteis disparados por revólver Magnum .357. A empresa também foi proibida temporariamente de concorrer a licitações promovidas pelo governo de Pernambuco.
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As sanções foram determinadas pelo Comando Geral da Polícia Militar de Pernambuco, por meio da portaria nº 726, assinada pelo coronel Iturbson Agostinho dos Santos, em maio de 2007. A corporação alegou que a Inbra descumpriu o contrato e não forneceu documentos que justificassem as falhas técnicas. Os projéteis utilizados no teste balístico eram do tipo descamisado – cujo design foi projetado para não perfurar o alvo.
A mesma portaria também excluía a Inbra de licitações do governo de Pernambuco, mas, em janeiro de 2009 a sanção foi comutada para uma multa de R$ 194,6 mil (em valores da época).
Por meio de seu departamento de marketing, o Grupo Inbra disse que “realizou testes balísticos preliminares em seu próprio laboratório, antes de qualquer entrega ter sido feita”. Como a performance não foi positiva, os coletes não chegaram a ser distribuídos, “de modo que nenhum policial militar de Pernambuco foi exposto ao risco, em razão destes coletes”, consta da nota. A empresa informou ainda que não fabrica mais este modelo de colete e que a composição deste equipamento é diferente do entregue as polícias do Paraná.
No Paraná
Enquanto isso, a Delegacia de Explosivos, Armas e Munições (Deam) continua a investigar o “recall” em um lote de 11,2 mil coletes balísticos fornecidos pelo Grupo Inbra às polícias do Paraná. Mais de 500 unidades foram apreendidas, em um galpão de uma empresa da região metropolitana de Curitiba. Amostras foram submetidas a testes balísticos e reprovadas, depois de terem sido perfuradas pelos disparados. A Inbra contesta o teste e diz que o exame não obedeceu a especificações técnicas.
Dos 11,2 mil coletes, mais de sete mil já passaram pelo “recall” e foram devolvidos aos policiais. Segundo as investigações, o “recall” consistia no reforço do equipamento, por meio da implantação de uma manta extra de aramida – material usado em coletes. A polícia aponta que as etiquetas de identificação eram substituídas, de modo a estender em um ano a data de validade.
Ainda de acordo com as apurações, parte dos coletes estavam vencidos. A portaria nº 18 do Exército, que regulamenta produtos controlados, determina que o prazo de validade dos coletes é improrrogável e que o material vencido deve ser recolhido e destruído.
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