Associações médicas criticaram duramente proposta do Ministério da Saúde com diretrizes para a realização do parto. O texto, que estava até ontem em consulta pública, permite que o parto seja feito sem a presença de médicos pediatras – algo considerado temerário pelos profissionais.

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“Fomos consultados para elaboração do texto. Mas o formato apresentado na consulta está longe de ter a nossa concordância”, afirmou o diretor da Associação Médica Brasileira (AMB), José Bonamigo. AMB, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), enviaram ontem ofício para o ministério repudiando o relatório.

O texto que ficou em consulta pública desde o dia 23 de abril, afirma ser necessária a presença de um médico ou um profissional capacitado para fazer a reanimação. “Há um movimento para reduzir os custos de procedimentos médicos. Isso não pode ser feito às custas da saúde da gestante ou da criança”, disse Bonamigo.

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O documento, sobre diretrizes para o parto, teve outro ponto criticado por Bonamigo. O texto recomenda o parto normal também para gestantes que já passaram por mais de uma cesárea. “Não concordamos com essa proposta. Depois de duas cesáreas, o mais prudente é repetir o procedimento, sob pena de rompimento do útero da gestante”, disse. Procurado, o Ministério da Saúde não se manifestou.