O advogado Renato Almeida Freitas Júnior, que afirmou ter sido agredido por guardas municipais após ter sido preso por desacato a autoridade, disse que não deve deixar o caso morrer. “Eu falei para eles no momento em que me prenderam. Eu vou até o fim”, afirmou Freitas Júnior, que também é candidato a vereador pelo PSol. A prefeitura de Curitiba anunciou que vai apurar o caso.
Nesta sexta-feira (26), Freitas Júnior reuniu um grupo de apoiadores no Largo da Ordem, no Centro Histórico de Curitiba, para denunciar o caso. O ato chamado de “Rap pela liberdade” contou com a participação de aproximadamente cem pessoas que decidiram marcar o evento para ouvir músicas de rap no mesmo local onde o advogado teria sido preso pela Guarda.
Freitas Júnior afirmou que o intuito do protesto é chamar a atenção para os abusos policiais. O advogado disse ainda que pretende criar uma espécie de ouvidoria popular, na qual casos possam ser denunciados e encaminhados ao Ministério Público e autoridades competentes. “Vejo nisso uma oportunidade de buscar justiça por quem não tem voz”, comentou.
Candidatos à prefeitura repercutiram o caso
Os candidatos à prefeitura de Curitiba repercutiram nesta sexta-feira (26) em um evento na Casa do Estudante Universitário (CEU) a prisão do advogado. Para Xênia Mello, candidata do PSol, a agressão sofrida pelo advogado é mais ainda mais grave pelo fato de Freitas Júnior ser negro. “ O fato dele ser negro impõe a ele um tratamento racista. Se ele fosse bonitão como o Requião Filho, branco, ele não receberia o mesmo tratamento”, disse.
“Tem que ter uma resposta já”, disse o candidato do PT Tadeu Veneri. “Não tem que abrir um inquérito para ter uma resposta daqui seis meses”, disse.
O candidato Requião Filho (PMDB) também comentou o episódio. “Eu quero acreditar que não tenha acontecido aquilo. Porque se aquilo aconteceu aqui em Curitiba com a Guarda Municipal, significa que nós temos que rever o treinamento desses guardas, fazer com que eles entendam quem são as pessoas. A força nunca é a saída”, disse o deputado.
Candidato a vice na chapa do prefeito Gustavo Fruet (PDT), o vereador Paulo Salamuni (PV) criticou o excesso, mas defendeu a atuação da Guarda Municipal, afirmando que o caso do advogado é uma exceção. “Deplorável. A prefeitura e a direção da Guarda já estão tomando todas as atitudes inerentes a esse caso”, disse o vereador. “A grande maioria da Guarda não faz isso e não toma esse tipo de atitude. Ela é preparada para ser uma Guarda cidadã, democrática e republicana”, finalizou.