A audiência realizada no final da tarde de ontem na Justiça Federal de Foz do Iguaçu não resolveu o impasse do retorno das famílias acusadas ao assentamento. O propósito era atender ou não pedido de reintegração de posse do agricultor Amandio Teles, 59 anos. Ele faz parte de uma das seis famílias expulsas do assentamento e alega inocência.
Segundo o advogado de Teles, Josimar Diniz, na audiência a Justiça determinou a suspensão do processo de reintegração de posse e prazo de dez dias para receber informações solicitadas ao Ministério Público a fim de decidir se reintegra a família.
Teles, que ingressou com pedido para voltar a viver no assentamento, diz que teve o filho expulso do assentamento e depois foi obrigado a sair, mesmo sem o nome dele constar no inquérito policial. "Colocaram minha mudança em cima do caminhão e deixaram no pedágio", diz.
O agricultor hoje vive em Santa Terezinha de Itaipu com uma filha de 12 anos e alega ter sido retirado do assentamento por perseguição, pelo fato de ele e outros integrantes do MST terem denunciado ao Ministério Público irregularidades na distribuição de verbas que faziam parte de um projeto de habitação.
Amandio ainda afirma ter recebido do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) proposta para ser transferido para um assentamento no município de Farol, mas se recusou porque deixou duas casas de madeira e animais no Assentamento Antonio Tavares. "O local oferecido é um terreno vazio", diz.
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