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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, criticou nesta quarta-feira as manifestações seguidas de atos de vandalismo em São Paulo nos últimos dias contra o aumento da tarifa do transporte coletivo. Além de classificá-las como "um absurdo", Cardozo solicitou à Polícia Federal informações sobre os atos de violência em São Paulo e também no Rio. Segundo ele, não houve nenhuma determinação para abertura de inquérito policial como fora publicado.

"Não houve nenhuma determinação para abertura de inquérito policial pela Polícia Federal, uma vez que até o momento se configura apenas a competência das policiais estaduais para a apuração de eventuais ilícitos ocorridos", disse em nota divulgada pela assessoria do Ministério da Justiça.

Mais cedo, antes de entrar para uma reunião com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o ministro disse que foi pedido à PF uma análise da situação. "Já pedimos que a Polícia Federal fizesse uma análise dessa situação e evidentemente as medidas solicitadas serão tomadas", acrescentou.

Antes, ele comentou a terceira manifestação na capital paulista, que deixou um rastro de destruição na região da Avenida Paulista e centro. "Vivemos numa democracia. É legítimo que as pessoas expressem suas opiniões, mas nunca com violência, nunca com atos de vandalismo. Num estado democrático de direito temos que aprender a conviver dentro desse espaço. Não é com vandalismo que vamos conseguir chegar a resultados positivos dentro daquilo que queremos", defendeu Cardozo.

Em Paris para apresentação da candidatura de São Paulo à Expo Mundial 2020, o governador Geraldo Alckmin chamou de "baderna" e "vandalismo" a ação dos manifestante. Alckmin disse que será exigido o ressarcimento relativo à destruição de patrimônio, seja público ou privado. "Isso extrapola o direito de expressão, isso é absoluta violência, vandalismo, baderna e é inaceitável", disse o governador, que defendeu a ação da Polícia Militar (PM) para conter os manifestantes. "A PM agiu com profissionalismo. Houve, inclusive, policiais feridos pela violência do movimento. Agora, é preciso identificar e punir os responsáveis pela destruição do patrimônio público, porque é patrimônio coletivo".

Mais de 80 ônibus foram depredados

Durante o protesto, marcado por confrontos entre manifestantes e policiais militares, 20 pessoas foram detidas, e dez delas não têm direito a fiança. Foram, no total, seis horas de tumulto, com bloqueio de avenidas, vidraças de agências bancárias quebradas e ônibus depredados. Nos confrontos, os policiais usaram balas de borracha e gás lacrimogênio para dispersar os manifestantes.

Segundo a SPTrans, 85 ônibus sofreram danos e avarias. Desse total, 41 foram depredados, entre eles, um trólebus que aguardava manutenção e foi parcialmente incendiado, e 44 pichados ou tiveram a lataria amassada.

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