Da infância pobre na Baixada Fluminense, Celso Athayde guarda poucas lembranças. As mais antigas são de quando morou embaixo do viaduto Negrão de Lima, em Madureira, com a mãe e os irmãos. Por lá, foi menino de rua, camelô, praticou alguns crimes, mas queria mesmo era “revolucionar”. E acabou conseguindo. Ao lado de um dos irmãos, criou eventos de hip hop, produziu filmes, mas foi em 1997 que fundou a Central Única das Favelas (Cufa), ONG que trabalha a inclusão social de jovens em áreas carentes. Uma saga que será coroada no próximo dia 18 de setembro, em Nova York, quando será aberto o primeiro escritório global da ONG, conforme adiantou a jornalista Helena Celestino em sua coluna no GLOBO, no último domingo. A sede ficará em endereço nobre: na Rua 42, entre a Quinta e a Sexta Avenida, em Manhattan.
Semana cultural
Para operar o escritório foi indicado o atual presidente da Cufa no Brasil, o cearense Preto Zezé. A empreitada nos Estados Unidos será custeada por Nike, Fundação Ford e Fedex, empresa de remessa expressa de correspondência.
“Se alguém me contasse que no futuro eu iria conseguir tudo isso, ficaria assustado. Com o novo escritório em Nova York, queremos multiplicar nossa capacidade de diálogo com as empresas e os parceiros. Por isso é importante aproveitar essa semana lá para nos apresentarmos a quem não conhece o nosso trabalho”, diz ele, referindo-se ao evento que a Cufa vai promover entre os dias 12 e 18 de setembro.
Trezentas pessoas ligadas à ONG desembarcarão em Nova York para promover uma semana cultural no Bronx e no Harlem. Serão promovidas oficinas de grafite e dança, aulas esportivas e palestras para os moradores dos dois bairros novaiorquinos, onde a ONG terá salas permanentes de atividades.
“O que vamos fazer no Bronx e no Harlem não tem relação com a abertura do escritório. Vamos criar duas bases com atividades constantes. A abertura do escritório é para termos um ponto de encontro para novos negócios, que também servirá de central de decisões para qualquer operação fora do Brasil”, explica Athayde, que continuará coordenando as ações no Brasil.
Uma equipe de seis pessoas, das áreas de gestão, comunicação e negócios, vai ocupar o escritório, juntamente com Preto Zezé. O objetivo é contactar novos parceiros e distribuir oportunidades pelo mundo.
Athayde conta que no dia 18 será lançado um documento, chancelado pela Organização das Nações Unidas (ONU), estabelecendo metas e indicadores sociais que precisam ser alcançados pelas cidades onde a Cufa está presente. Hoje, há operações da ONG em mais de 600 cidades em 18 países. Até o fim do ano, a Cufa pretende abrir um escritório em Londres, para centralizar as operações na Europa. E em março de 2016, o Paquistão ganhará a primeira base na Ásia.
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