A prefeitura de São Paulo começou a construir 1,5 quilômetro de ciclovia sobre o Viaduto Antártica, na Pompeia, zona oeste, que será interligada com a faixa para bikes já existente na Avenida Sumaré. A pista, instalada no canteiro central, será bidirecional. Quando pronta, vai se estender até a zona norte, uma vez que uma via segregada para ciclistas está prevista para passar pela Ponte do Limão, sobre a Marginal do Tietê.

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De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), não há investimento de recursos públicos na intervenção que ocupa também a Avenida Antártica, entre as Praças Marrey Junior e Luiz Carlos Mesquita. Segundo o órgão, trata-se de “uma medida mitigadora” paga pela iniciativa privada.

Empresas e incorporadores que constroem grandes empreendimentos imobiliários na capital precisam dar uma espécie de contrapartida à Prefeitura construindo ciclovias, investindo em sinalização de trânsito e em melhorias no viário. A CET não informou o nome da empresa responsável pela obra.

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A intervenção mais recente desse tipo começou na Avenida Pacaembu, na zona oeste, no fim de outubro. A Think Construtora é a responsável por implementar cerca de 1,2 quilômetro de faixa, entre a Praça Charles Miller e a Rua Candido Espinheira. Em troca, a empresa poderá regularizar uma torre de 24 andares na Avenida Marquês de São Vicente, também na zona oeste.

Necessidade

A instalação de ciclovias sobre pontes e viadutos da cidade é uma das principais demandas de cicloativistas de São Paulo. Segundo eles, as alças de acesso e saídas, as subidas e as descidas das estruturas causam risco para quem pedala pela capital na mesma faixa que os carros. Pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), os ciclistas não são proibidos de compartilhar as faixas de rolamento com os carros no trânsito.

De acordo com o texto, aliás, as bikes devem ser priorizadas e os motoristas precisam seguir algumas regras como, por exemplo, respeitar 1,5 metro de distância no momento das ultrapassagens.

“São obstáculos muito difíceis para o ciclista. Quando se começa a subida, a bicicleta perde a velocidade e o motorista não tem muita paciência para ficar atrás da bike, colocando em risco quem está pedalando”, diz William Cruz, cicloativista do site Vá de Bike.

O balconista Adalberto Fernandes Mota, de 36 anos, por exemplo, diz que passa por endereços como o Viaduto Antártica até encontrar uma via segregada por onde possa pedalar com segurança na capital. “Em ponte e em viaduto é complicado porque não tem lugar para fugir. Não tem calçada ou canteiro central. Se eu tomar uma fechada de alguém e cair, o risco de eu ser atropelado é muito grande”, diz Mota.

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Promessas

Entre as metas traçadas pela gestão Fernando Haddad (PT), que começou sua política de implementação de ciclovias pelas áreas mais nobres da cidade, está a adoção de pistas exclusivas para ciclistas em ao menos 28 pontes e viadutos da capital paulista, principalmente sobre as Marginais do Pinheiros e do Tietê.

Desde o ano passado, a CET já instalou as pistas em viários sobre as Marginais como as Pontes dos Remédios, Vila Guilherme, das Bandeiras e da Casa Verde, todas na zona norte. A gestão Haddad promete fazer 400 km de ciclovias na cidade.