IAP põe licenças sob suspeita
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) está investigando denúncias de irregularidades nas licenças ambientais dos aterros privados em instalação na Região Metropolitana de Curitiba e pode vir a suspendê-las. "Recebemos muitos questionamentos de vários setores da sociedade sobre esses empreendimentos e, como eles podem vir a receber o lixo da região, queremos determinar se as críticas são coerentes", afirma o secretário de Meio Ambiente, Jorge Augusto Callado Afonso.
Cinco aterros privados foram inscritos para receber o lixo de Curitiba e região após o esgotamento do aterro da Caximba. O prazo para credenciamento se encerrou na quinta-feira passada e a documentação dos empreendimentos será analisada hoje, mas só uma empresa está apta. A contratação de aterros privados, sem licitação, está sendo adotada pelo Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos como uma solução temporária para o fechamento da Caximba, determinado pela Justiça para ocorrer em novembro. A licitação do sistema que deveria substituí-la atrasou devido a disputas judiciais.
Dos empreendimentos que responderam ao credenciamento, dois não estão na região metropolitana de Curitiba, como exige o consórcio. O aterro da empresa JN Tratamento de Resíduos fica em Paranaguá e recebe o lixo de grandes geradores, como supermercados. Já o empreendimento da Hera Sul Tratamento de Resíduos, além de estar situado em Rio Negrinho, tem autorização ambiental apenas para receber resíduos contaminados com chumbo, provenientes de indústrias de fundição, e não pode receber lixo de coleta pública.
Como adiantou a Gazeta do Povo, no dia 6 de maio, dos outros três empreendimentos só um está apto a receber as 2,4 mil toneladas de lixo geradas diariamente pelos 20 municípios do consórcio. A área da empresa Estre Ambiental, em Fazenda Rio Grande, tem licença de instalação para um aterro com capacidade de 2,5 mil toneladas diárias de lixo.
Uma área da Cavo Gestão Ambiental, em Mandirituba, está com o pedido de licença de instalação suspenso no Instituto Ambiental do Paraná (IAP). O documento é indispensável para a licença de operação, que as empresas devem apresentar até outubro, por exigência do edital. Na semana passada, a prefeitura de Mandirituba negou a autorização à empresa com base em uma lei municipal, aprovada em 2008, que proíbe a instalação de aterros na cidade.
Já o aterro da Essencis Soluções Ambientais, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), conta com licença de operação para resíduos industriais e hospitalares. O empreendimento também recebe lixo de grandes geradores que foram banidos da Caximba em abril do ano passado, mas dependeria de um novo licenciamento ambiental para poder receber resíduos de coleta pública.
Custo
As empresas que atenderam às exigências podem receber até R$ 82,4 milhões, sem licitação. O valor previsto em edital é de R$ 47,06 por tonelada, por um prazo de 24 meses, o que implica um custo de R$ 82,4 milhões para a disposição das 2,4 mil toneladas geradas diariamente pelos municípios. Mas os contratos podem ser suspensos pela prefeitura caso o Sistema Integrado de Processamento e Aproveitamento de Resíduos (Sipar) venha a entrar em operação.
A alternativa está sendo adotada pelo consórcio diante da falta de tempo para a conclusão da licitação que deve escolher a empresa que vai operar o Sipar. No ano passado, o consórcio Recipar chegou a ser declarado vencedor, mas o edital da licitação foi anulado pela Justiça. A decisão foi suspensa em maio, mas outra ação determina a análise da proposta do consórcio Paraná Ambiental, desclassificado por apresentar preço inferior ao permitido.
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