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Entrelinhas

Asfalto comunitário

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Um convênio assinado nesta semana em Foz do Iguaçu prevê que a pavimentação de ruas seja bancada em conjunto pela prefeitura e pelos moradores. A iniciativa do município propõe o recapeamento das vias públicas por um valor até 40% mais baixo. Porém, a comunidade é que pagaria a conta. O contrato é feito diretamente entre a empresa prestadora do serviço e os proprietários de imóveis. O desconto é possível porque o município tem isenção de imposto para a compra de petróleo, explica o diretor do Intstituto de Trânsito de Foz do Iguaçu, Carlos Budel. A proposta está sendo estendida para toda a cidade e os condomínios devem ser os primeiros a aderir. A parceria foi firmada entre a prefeitura de Foz e o Sindicato de Habitação e dos Condomínios (Secovi), Regional Cataratas.

IPTU para quê?

O vice-presidente regional do Secovi, Jilson Pereira, diz que a vantagem para o condômino é a valorização do imóvel. A proposta é efetivada com adesão mínima de 80% dos moradores. Mas nem todos concordam com a iniciativa do município, porque impostos são cobrados justamente para garantir benefícios aos cidadãos. Morador de um condomínio, o professor Ivo Valente lembra que o município veicula uma propaganda na qual incentiva o contribuinte a pagar IPTU para ter asfalto. Para ele, a prefeitura deveria custear as obras, já que o valor do imposto não é nada amigável. Um projeto de lei que está sendo debatido pela Câmara de Curitiba propõe algo parecido para a capital. Você é a favor dessas medidas? Escreva para entrelinhas@gazetadopovo.com.br.

Campanha polêmica

Anúncios de uma campanha contra o uso recreativo da maconha, publicados em jornais de Fortaleza (CE), estão dando o que falar. As peças, criadas por um movimento chamado "Brasil sem Drogas", trazem perguntas como: "Você teria coragem de ser operado por um médico que acabou de fumar um baseado?" e "Você pegaria um ônibus cujo motorista só dirige chapadão?". Todos os questionamentos são seguidos da resposta: "Se a maconha for legalizada, isso será considerado normal" e de um carimbo lembrando que é preciso saber o que os candidatos pensam sobre a legalização da droga. Independentemente do posicionamento sobre a legalização ou não da substância, fica aqui a pergunta – apesar de a venda de bebidas ser permitida no país, é considerado normal ver médicos e motoristas trabalhando sob efeito do álcool?

Novos estudantes

Em 1999, o pesquisador Sugata Mitra cavou um buraco no muro de uma favela de Nova Déli (Índia), dentro do qual instalou um computador com acesso à internet. Com uma câmera escondida ele acompanhou a reação das crianças que viviam na região. Após algum tempo, elas aprenderam sozinhas a usar o aparelho e transmitiram o conhecimento umas às outras. O experimento foi citado ontem pelo diretor de Aprendizado da Apple, Willian Rankin, que esteve em Curitiba para participar do 1º Fórum Marista de Tecnologias Educacionais. Segundo ele, o experimento mostrou que, na ausência de supervisão ou ensino formal, crianças podem aprender sozinhas e ensinar umas às outras, desde que estejam interessadas e motivadas pela curiosidade.

Novos professores

Para Rankin, já não faz sentido o professor pedir ao aluno que desligue e guarde seu celular com acesso à internet, pois o equipamento é uma importante ferramenta de pesquisa. O papel dos novos docentes não é mais transmitir informações, mas fazer com que os estudantes consigam usar os dados disponíveis para resolver desafios.

Colaborou: Denise Paro

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