| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

A Polícia Militar deixou de ter equipes na maioria dos módulos policiais ainda no governo Requião. Mas, depois de anos, algumas estruturas sobrevivem, embora abandonadas. Esses são os casos das unidades da Praça Osório e da Praça do Batel. Na Praça Osório é possível perceber, por objetos deixados na estrutura, que ela vem sendo usada para outras finalidades, como o abrigo de mendigos.

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Em agosto de 2010, quando estava em campanha, o governador Beto Richa anunciou que reimplantaria os módulos policiais. Em janeiro, logo após assumir o comando da PM do Paraná, o coronel Marcos Teodoro Scheremeta (que deixou o cargo em novembro de 2011) reafirmou que os módulos seriam reativados. Já em março do ano passado, o secretário da Segurança, Reinaldo de Almeida César (que também deixou o governo meses depois), disse que o estado havia optado por implantar módulos móveis.

O fato é que, passados praticamente dois anos e meio do governo Richa, nem os módulos móveis nem os fixos se tornaram realidade. E as antigas estruturas estão mais para mocós do que para instalações de segurança.

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Procurada, a Secretaria de Segurança não soube precisar quantos módulos estão abandonados, se ainda há unidades em funcionamento e nem qual é a previsão de implantação dos módulos móveis. Em nota, a assessoria informou que o projeto está em trâmite dentro da Sesp, para ser licitado.

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A dor de tornar-se invisível

Casos de desrespeito a professores e reportagens sobre maus-tratos sofridos por idosos inspiraram a bibliotecária Roseli Correia (foto), do Colégio Estadual Santa Rosa, de Curitiba, a desenvolver o projeto "A dor de tornar-se invisível". O trabalho tornou a biblioteca um dos espaços mais movimentados da escola desde o começo de abril. Motivo: dentro do esforço para fazer com que os jovens se coloquem no lugar dos mais velhos é feito o envelhecimento de fotos deles. Resultado: cerca de 300 alunos já participaram das oficinas, que estão atraindo também pais.

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Como é feita a oficina?

O trabalho ocorre em três etapas. Na primeira, focamos numa instalação artística, com fotos de idosos na frente do painel e de um objeto antigo na parte de trás, simbolizando a forma como a sociedade vê os velhos. A partir das fotos, passamos para uma reflexão sobre a situação das pessoas que se sentem invisíveis. Não só os idosos, mas também os pais diante dos filhos, entre outros casos. E muito mais gente se sente invisível do que eu imaginava.

E qual é a etapa seguinte?

Mostramos a gravação de um relato, extraído de um livro de um autor desconhecido, que fala de como é ficar velho e ser descartado pela família. A fase seguinte é quando os alunos se colocam no lugar do outro. Eu tiro uma foto de cada um e depois (usando o programa Aging Booth) mostro como eles estarão quando forem velhos. Muita gente se emociona ao ver na sua projeção de futuro a imagem dos pais ou avós já falecidos.

E o trabalho está dando resultados?

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Eu acredito que sim. É um choque benéfico, quando, pela primeira vez, muita gente se coloca no lugar do outro e percebe que todos caminham para a velhice. E isso pode ajudar numa mudança de comportamento no que se refere ao respeito ao idoso e ao outro, de modo geral.

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