"Se eu for eleito, prometo solenemente..."
Calma, calma, Beronha não é candidato a vereador, deputado estadual e muito menos a federal. Apenas treina, diante de um espelho, um suposto discurso para uma improvável candidatura a síndico. Natureza Morta explica o que se passou com o nosso anti-herói.
Depois de estacionar a heroica Brasília na garagem subterrânea do condomínio onde mora, em bairro de alto padrão (sic), tomava rumo ao elevador quando vroommmp! quase foi atropelado por uma caminhonete tipo último tipo que passou feito um foguete pelo estreito corredor, até entrar na vaga, cantando pneu.
Hilux ou Tucson?
Não deu pra ver... Suspeito, porém, que o piloto era uma loira e dirigia de bota. Isso mesmo, bota. A bota afunda o pé no acelerador e mantém ele paradão lá. Coisa que o Rubinho ainda não aprendeu.
É reflexo do trânsito externo. Dirigir hoje em Curitiba é mais arriscado do que entrar no Caneco de Sangue. Caneco de Sangue era o mais autêntico bar dos bandidos que já existiu na capital. Ficava numa esquina da Visconde de Guarapuava. Mas, voltando ao perigo em epígrafe, parece que foi revogado por completo o Código de Trânsito.
Tem gente que não respeita nem as rampas de acesso de cadeirantes às calçadas. Estaciona em cima.
Sinal vermelho? Ainda existe, mas esqueceram o motivo. Faixa de pedestre? Atalho para a funerária. Policiamento preventivo? Restou uma vaga lembrança. A esquizofrenia assumiu o volante. Seria a tal desobediência civil?
E a doideira extrapola, pula muros e cercas eletrificadas, invadindo condomínios. Logo teremos anúncios tipo "troco de mano garagem de prédio de luxo com BMW dentro por qualquer choupana na praia".
Mas, se o caos é inevitável, só nos resta normatizá-lo, conclui Beronha.
Daí a plataforma beronhística caso decida virar síndico.
Trocar a placa de sinalização de 10 km por uma de 100 km/h.
Implantar do rodízio de placas, como em São Paulo.
Substituir os portões eletrônicos por cancelas de passagem de nível, com direito a mata-burro, farolzão pisca-pisca vermelho de alerta e campainha.
Requerer ao comando do bravo Corpo de Bombeiros uma unidade do Siate para plantão permanente.
Liberar o uso da buzina, sem restrições.
Limitar carga e descarga ao período de alta madrugada.
Colocar rotatórias e lombadas no pátio de acesso às garagens e sinaleiro na saída das ditas cujas.
Proibir a passagem de pedestres pelas áreas internas até que sejam construídas pelo menos cinco passarelas estilo BR-376.
Construir heliporto para quem tiver condições de bancar voos até o trabalho. Balão dirigível incluso.
Teste de bafômetro na entrada e na saída das garagens.
Liberar o uso do difusor da F1.
Dez chibatadas em quem infringir as normas internas, punição que terá como pelourinho o salão de festas, com a prévia convocação dos condôminos (é necessário estar em dia com o pagamento do condomínio) e vizinhos, dentro do prazo regimental.
Cumpra-se.
Ass.
B.
Francisco Camargo é jornalista.
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