O engenheiro-civil David Goldbaum, amigo particular do Augusto Canto Neto e do jornalista Naym Libos, nos visitando numa manhã, contou essa historinha muito lembrada na colônia israelita:
Jaime Nudelmann há décadas é coordenador e responsável junto à colônia israelita de Curitiba para assuntos funerários. Em caso de falecimento de alguém na colônia, o Sr Jaime é chamado e cuida de tudo com muito carinho e na forma ritualística.
Certa manhã, um comerciante judeu foi atropelado por um veículo perto de sua loja na Praça Tiradentes, sem maiores consequências, mas chegou a desmaiar por alguns instantes. Por coincidência, passava por ali naquele momento, o Sr. Jaime. O comerciante judeu recuperou os sentidos e a primeira pessoa que viu foi ele, o dedicado patrício.
Assustado e ainda deitado na calçada, foi logo perguntando:
"Jaime, quer dizer que morri e você já veio me buscar?"
"Não, meu querido irmão. Você sofreu um acidente, desmaiou e está tudo bem", esclareceu Jaime Nudelmann.
A carona do Tato
Disputando uma partida de futebol que se desenrolava numa chácara em Colombo, o Dátames "Tato" Egg, embora sessentão, comandava com maestria o ataque do Pobreza Futebol de Pelada até ser vitimado por uma jogada violenta que precipitou o fim da peleja. Inconformado, o Tato não parava de provocar o zagueiro autor da jogada desleal. A confusão só terminou quando o zagueirão resolveu ir embora. O Tato então encheu o peito e entrou no bar "contando vantagens" para aqueles que ficaram para a cerveja. Minutos depois, ao lembrar que estava sem carro e a cervejada ali iria demorar, o coroa brigão correu em direção a um cadete branco com películas escuras nos vidros que se aproximava e pediu carona. Abriu a porta e, quando viu, não pode fazer mais nada além de sorrir constrangido e seguir "quietinho" a carona que pegou com o zagueiro com quem tanto discutira minutos antes e que já se divertia numa boa com o "mico" do velhão.