Pelos idos de 1943/44, a nossa Gazeta do Povo funcionava na Rua Quinze. E era costume afixar os telegramas informando sobre o andamento da Segunda Grande Guerra num mural defronte ao prédio.
O sr. Afonso Melara, alfaiate de origem italiana, pai do Carlos Melara e bisavô do publicitário Cláudio Loureiro, foi lá saber das últimas.
Como tinha muita gente e ele não conseguia ler, perguntou para um conhecido que tinha estado bem defronte dos telegramas o que dizia o último despacho. Os americanos invadiram a Sicília!
Que invadiram que nada! Sono tuti figli di italiani!
E concluiu:
Deixaram eles entrar, isto sim!
As galinhas do Vicente Malucelli
Vicente, da primeira geração dos Malucelli nascidos em Morretes, fixou-se em Palmeira (PR), junto com seus irmãos, pelos idos de 1920. Lá compraram uma serraria. Ele era apaixonado pela horticultura e mantinha no quintal uma horta sempre bem cuidada por um agregado de nome João, que trabalhou durante uns 50 anos cuidando das verduras.
Um dia Vicente viu algumas galinhas beliscando as verduras e ciscando os canteiros. Recomendou ao João que não deixasse mais as galinhas ciscar nos canteiros.
João, que tinha Seu Vicente no céu, obedeceu!
No dia seguinte, o chefe viu as galinhas "pisando em ovos" e caindo seguidamente. Foi ver de perto. O João, obediente, tinha cortado as garras dos galináceos atrevidos.
O "olho" do Joanin Gobbo
João Batista Gobb Joanin foi um dos primeiros motoristas de táxi de Ponta Grossa. Joanin era sobrinho da minha bisavó Margarita Gobbo Malucelli.
Em 1924, ele foi para a Itália extrair uma das vistas e voltou com um olho de vidro. Era um homem bem-humorado e uma atração para a criançada quando batia um copo de vidro no olho falso, mas sempre advertia que não fizessem o mesmo.
Contava histórias do seu tempo de taxista, especialmente a sua ida a Guarapuava para buscar Santos Dumont, que havia visitado as Cataratas do Iguaçu e que até aquela cidade viajara de carroça e em lombo de burro.
Mas Joanin ficou famoso pela "pegada" que dava nos amigos, logo que voltou da Itália. Apostava que morderia o olho, pois os amigos não sabiam que ele havia voltado com um olho de vidro. Apostavam e perdiam.
Joanin simplesmente tirava o olho de vidro e mordia. Era o olho esquerdo.
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