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Nostalgia

Curitiba encalhou no Batel

Rua Bispo Dom José em 1955 | Acervo Cid Destefani
Rua Bispo Dom José em 1955 (Foto: Acervo Cid Destefani)
Rua Bispo Dom José em janeiro de 2013 |

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Rua Bispo Dom José em janeiro de 2013

Rua Bispo Dom José em setembro de 1950 |

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Rua Bispo Dom José em setembro de 1950

Rua Bispo Dom José em janeiro de 2013 |

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Rua Bispo Dom José em janeiro de 2013

Rua Gabriel de Lara em 1949 |

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Rua Gabriel de Lara em 1949

Rua Gabriel de Lara em janeiro de 2013 |

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Rua Gabriel de Lara em janeiro de 2013

Rua Cândido Lopes e a construção da Biblioteca Pública em 1954. O calçamento em torno do prédio foi feito com lajes de granito e é a melhor calçada existente em Curitiba |

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Rua Cândido Lopes e a construção da Biblioteca Pública em 1954. O calçamento em torno do prédio foi feito com lajes de granito e é a melhor calçada existente em Curitiba

A Biblioteca Pública conserva a calçada feita há quase 60 anos em perfeito estado. A foto é do início da década de 1960 |

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A Biblioteca Pública conserva a calçada feita há quase 60 anos em perfeito estado. A foto é do início da década de 1960

Quem vive e conhece Curitiba, principalmente a história da cidade, sabe perfeitamente que o bairro mais badalado da cidade é, sem dúvida alguma, o dito, cantado e decantado Bairro Chique do Batel. Morar naquela região fornece status de indivíduo de bom gosto e bem de vida. Ter um negócio por ali é o sonho de qualquer comerciante, seja com uma loja, restaurante, bar ou até mesmo boteco.

O lugar entretanto prega peças de vez em quando. O nome já começou há mais de século e meio passado, quando um alfaiate resolveu transportar o batel, que fizera sucesso na Marujada apresentada por aqui, para São José dos Pinhais. O carro de bois que transportava o barco quebrou e lá ficou o bote naufragado em seco, acabando de dar o nome para aquele arrabalde de chácaras e engenhos de erva-mate.

Com o passar dos anos a região foi o espaço preferido para os barões do mate, os industriais da madeira e aos reis do café ali construírem suas mansões, palacetes e vivendas. Era ali o espaço destinado a uma elite que muitas vezes ficava misturada com moradores mais simplórios. Hoje a fome imobiliária espicha o nome do Batel desde as Mercês até o Portão, tentando valorizar os metros quadrados de seus empreendimentos.

Repentinamente o Batel encalhou outra vez, mais exatamente na Rua Bispo D. José. Os "gênios" da nossa prefeitura acharam por bem enfeitar a cauda do pavão com calçadas e luminárias novas. A turma do "jardim de infância" do Juvevê, incentivados pelo desejo de reeleição do então prefeito, botou no papel o que resolveram chamar de boullevard, um ambiente especial para valorizar o comércio local, (leiam-se bares e casas noturnas). Aconteceu o imponderável, a esperada reeleição não ocorreu, deram com os "burros n’água". Outra vez o Batel ficou a deriva, abandonado no seco.

O prefeito eleito já sentiu nestes primeiros dias de sua gestão o abacaxi que vai ter que descascar, pegou um autêntico "rabo de foguete". Um calçamento feito com lajes de granitos, a um custo bem típico de projetos rocambolescos pagos com o "dinheiro da viúva", afinal para que servem os impostos que todos pagam, se não é para melhorar o padrão de quem já navega nas águas tranquilas dos bem-aventurados? Isto lembra o velho ditado em estar sendo o mesmo que "entrouxar toicinho no rabo de porco gordo".

Vamos ver como o nosso ilustre prefeito e a nova equipe que comanda os gastos da administração de Curitiba vão sair-se desta bomba de efeito retardado. A torcida é grande, a cidade precisa de uma revisão completa em todos os desmandos, jeitinhos e benesses praticados em favor de apadrinhados em detrimento de uma imensa população descontente. Para tanto ficou sobejamente provado com a votação que destituiu do poder os "planejadores" da cidade, numa bela lição de civismo e cidadania.

Na sequência de fotografias mostramos os mesmos lugares em épocas diversas e mais a foto da Biblioteca Pública cujo calçamento foi feito com granito – era uma das obras do Centenário do Paraná cujo sustentáculo foi a fase áurea do café do Norte do Estado.

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