Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Nostalgia

Maria Fumaça

 |
Locomotiva Maria Fumaça subindo a Serra do Mar na estrada Curitiba-Paranaguá, na década de 1930 |

1 de 7

Locomotiva Maria Fumaça subindo a Serra do Mar na estrada Curitiba-Paranaguá, na década de 1930

O viaduto sobre a Rua João Negrão na década de 1940. A Ponte Preta aqui aparece pintada em cor metálica |

2 de 7

O viaduto sobre a Rua João Negrão na década de 1940. A Ponte Preta aqui aparece pintada em cor metálica

Nas viagens entre Curitiba e Paranaguá os trens de passageiros faziam paradas obrigatórias na Estação de Morretes onde, as pessoas em transito, compravam frutas da região |

3 de 7

Nas viagens entre Curitiba e Paranaguá os trens de passageiros faziam paradas obrigatórias na Estação de Morretes onde, as pessoas em transito, compravam frutas da região

Inauguração da Estação de Jaguariaíva em 1909, na Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande |

4 de 7

Inauguração da Estação de Jaguariaíva em 1909, na Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande

Estrada de Ferro Curitiba – Paranaguá. Locomotiva transpondo o Viaduto Taquaral na Serra do Mar, em 1935 |

5 de 7

Estrada de Ferro Curitiba – Paranaguá. Locomotiva transpondo o Viaduto Taquaral na Serra do Mar, em 1935

Locomotivas em manobras no pátio da Estação de Morretes em 1935 |

6 de 7

Locomotivas em manobras no pátio da Estação de Morretes em 1935

O carro de linha fabricado nas oficinas de Ponta Grossa em 1913, recebeu o nome de HILDA em homenagem a irmã de seu construtor |

7 de 7

O carro de linha fabricado nas oficinas de Ponta Grossa em 1913, recebeu o nome de HILDA em homenagem a irmã de seu construtor

A Nostalgia do último dia 2 publicou uma fotografia de um veículo usado na Estrada de Ferro que o escriba aqui entendeu ser uma espécie de litorina a vapor e que na parte fronteira tinha gravado o nome: HILDA. Como não sou especialista em assuntos ferroviários, pedi ajuda de uma pessoa que entende do assunto, o leitor e amigo Paulo Affonso Grötzner, que inclusive foi funcionário da Rede Ferroviária.

Em premissa Paulo informou que o tal veículo não era uma litorina e sim um carro de linha, desses que servem para fazer inspeção nos trilhos e dormentes e para transportar chefes e diretores. Agora, nesta quinta-feira dia 20, quando estava selecionando as fotografias para o assunto "Maria Fumaça", chegou um e-mail do Paulo que com prazer o transcrevo:

"... Trata-se de um auto de linha a vapor, provavelmente único no Brasil, construído nas oficinas da ferrovia de Ponta Grossa, pelo chefe da locomoção da linha Itararé-Uruguai; Engenheiro Ewaldo Krüger, em 1913. Krüger a batizou de HILDA em homenagem a sua irmã. Em 1935, na mesma oficina foi modernizada e aperfeiçoada, tomando a forma que tem hoje. Foi desativada em 1963.

Em 1984, ainda em Ponta Grossa, foi totalmente restaurada para ser guardada em Curitiba, onde pode ser visitada no antigo depósito de locomotivas, situado na confluência das avenidas Silva Jardim com a Mariano Torres."

As informações sobre o carro de linha "HILDA" o Paulo Grötzner conseguiu junto a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – Regional do Paraná, subsídios esses que agradeço e publico em nossa Gazeta do Povo, para conhecimento dos nossos leitores.

O nome Maria Fumaça é um símbolo nostálgico, ele nos leva a um tempo romântico dos estridentes apitos dos trens, das viagens, curtas ou longas, que nos levavam a estações hoje desativadas e abandonadas, fantasmas de épocas que esvaeceram junto com a fumaça expelida pelas velhas locomotivas a vapor.

Em alguns lugares do Brasil ainda funcionam trens tracionados por antigas Maria Fumaça como em Bento Gonçalves na Serra Gaúcha, em São Paulo na antiga Mogiana com saída de Jaguariúna, em Minas Gerais com passeios entre São João Del Rei e Tiradentes ou entre Ouro Preto e Mariana. Em Santa Catarina existe o passeio entre Rio Negrinho e Rio Natal. Todos estes trajetos são feitos como excursões turísticas.

Aqui no Paraná existiu, por pouco tempo, a viagem turística com Maria Fumaça entre Curitiba e a Lapa, que infelizmente foi desativada. Ficamos na saudade do resfolegar das velhas locomotivas e seus apitos que lembravam a potência da voz de um tenor, ou mesmo o tom solene de um barítono, quando não o agudo estridente de uma soprano. Tudo desapareceu na curva do tempo.

As fotografias de hoje são imagens gravadas quando as Maria Fumaça transportavam cargas, passageiros e sonhos que ainda insistimos que existam, tentando buscar no espaço aquele último apito exalado pela locomotiva ao partir em sua derradeira viagem.

Dê sua opiniãoO que você achou da coluna de hoje? Deixe seu comentário e participe do debate.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.