| Foto: Praia de Matinhos, em 1960
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Existem coisas que nos deixam felizes. Eu, por exemplo, desde que apren­­di a ler me regalo ao receber de presente um livro. Agora receber uma obra do próprio autor, e com deferências, o carinho para com o volume é redobrado.

João José Bigarella é um nome que nos or­­gulha, professor e cientista renomado mundialmente. Deste ilustre mestre recebi algumas obras cujos valores dispensam adjetivos. Acabo de receber os livros Frag­­mentos Étnicos e Matinho: Homem e Terra – Reminis­­cên­­cias... O primeiro me transportou à infância e à casa em que nasci, vizinha das casas da família Hertel, amigos que foram dos meus pais. Entretanto, o segundo acredito ser o mais eclético, exatamente por atingir uma comunidade inteira.

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Bigarella conta a história do município denominado, no plural, Matinhos. Viaja pelo passado, vai ao homem pré-histórico, aos sambaquis e conta a vida do caboclo pescador e seu modo de vida, com suas crendices e superstições. Não escapa nada. A fauna, a vegetação, o meio ambiente e a geologia, incluindo uma incursão sobre o desastre de Guaratuba.

Na terceira edição do livro Matinho..., o cientista nos leva a uma viagem no tempo, passando pelo mar, pelas areias e entre as rochas, para descambar no calor humano, quer do nativo como dos frequentadores das temporadas.

O início do balneário de Matinhos, seguido pelo de Caiobá, está devidamente registrado nos seus mínimos detalhes e com farta ilustração, tanto fotográfica como em gravuras. Muitas das imagens fotográficas foram feitas pelo professor Ewaldo Schie­­bler, nas décadas de 1930-40. O livro contém mais de 400 páginas de imagens e saboroso texto. É a memória do que existiu naquela parte do litoral paranaense chegando, em seu conteúdo, até aos dias atuais.

A obra Matinho: Homem e Terra – Remi­­nis­­cências... é realmente o tipo de publicação que o leitor da Nostalgia vai gostar. Apro­­veitando o motivo, ilustramos a página deste domingo com antigas fotos do município de Matinhos.