Curitiba está que nem a chaleira no fogo, quando a água está para ferver, chiando. É Copa do Mundo de um lado, eleições do outro, assunto não falta. No que concerne à disputa futebolística temos muita conversa, as obras nem começaram e já vemos as cifras estufando os orçamentos. Milhões de reais são agregados quase que diariamente às estimativas feitas em cima dos joelhos.
Na Arena da Baixada, o esquecido nome de Joaquim Américo Guimarães é o que menos importa, que venha o dinheiro para deslancharem-se as obras, é o que influi. Tutu na mão da moçada, que chegue o quanto antes, senão as obras não estarão prontas até lá, na dita Copa. Bem ou mal dita, ela terá de acontecer ali no banhado do Rio da Água Verde, nem que custe o gato.
Além da Copa, o buchicho está esquentando com a aproximação das eleições municipais. Na manjedoura, como assim chamava a Câmara Municipal o saudoso colunista Barros Cassal, a coisa está pronta para o chimarrão. O crime da mala estourou na imprensa, os que sobraram estão ajeitando a erva na cuia para não levar um xeque-mate no outubro vindouro.
A Boca Maldita ainda está atrás do toco, observando as movimentações ditas sigilosas, quando os pretensos candidatos se manifestam mui recatadamente, procurando arregimentar redutos e se atrelar a padrinhos de gordas benesses. Afinal de contas, eleição não é brincadeira, meu. O que vai de dinheiro! Ou será que passar asfalto novo em cima de asfalto bom não custa nada?
Para exultação da galera apupante, temos candidatos vários. Apontados pelos velhos caciques e outras raposas mais antigas. A partir do próximo mês de julho a chaleira vai ferver. O que podemos esperar da impressão digital dos eleitores? Quem está quer ficar; mil ruas asfaltadas e as ratazanas do Rio do Ivo cada vez mais gordas. Teremos candidato ratinho, rosinha também quer, eis que a libélula balofa ressurge das cinzas qual Fênix manipulada por Mefistófeles, junto a todos estará o bendito Fruet.
A grande bandeira a tremular para os olhos marejados de cifrões é a verba prometida e decantada em longas prosas: O metrô curitibano. Ainda que pela metade, ele deve ligar a enganadora Rua das Flores com a Cidade Industrial, obviamente alimentado por passageiros transportados pelos ônibus convergentes dos mais diversos pontos da urbe. Afinal de contas, ninguém é de ferro para caminhar a sol e chuva, no pé dois para usufruir do maravilhoso progresso do transporte subterrâneo, sobre trilhos. Que venha o progresso! Sem, entretanto, esquecer a rechonchuda verba, o faz-me rir, que o acompanha.
A Nostalgia deste domingo apresenta uma série de fotos da Avenida República Argentina quando foi asfaltada em 1952, e quando então foram desativados os bondes elétricos de Curitiba. Quando da instalação dos ônibus expressos, na década de 1970, aquela avenida sofreu, outra vez, os distúrbios promovidos pela obra e, como alerta, o que acontecerá se de fato forem removidos milhões de metros cúbicos de terra para a instalação do trem metropolitano. Fica a incógnita: ... aquilo que for, será.
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