Esta fotografia, feita em 1950, mostra a seleção da Espanha, que disputou a Copa daquele ano em Curitiba, no Estádio Durival de Britto| Foto: Acervo Cid Destefani
Durante os jogos da Copa de 1950, os penetras se aboletavam sobre os muros do estádio, não havia policiamento suficiente para impedir
No tempo que o policiamento era feito pela Guarda Civil, na década de 1940, a quantidade de guardas era reforçada. Campo do Coritiba no fim da década de 1940
Conforme a importância do jogo, a assistência se abancava junto aos jogadores, dentro do campo. Alto da Glória nos anos 1940
Primórdios das transmissões dos jogos pelo rádio. Foto do campo do Coritiba no início da década de 1940
Até 1954, quando foi urbanizada, a Praça Rui Barbosa aceitava a instalação em seu campo, além de circos e parques, de jogos de futebol amador
Os dois colégios Maristas de Curitiba promoviam certames de futebol. Na foto, alunos entram na cancha de areia do Colégio Santa Maria. Em 1949
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Dia desses assistindo a um jogo do Atlético, que por sinal perdeu e foi desclassificado, aconteceu um gol praticado por Adriano. Talvez o gol mais caro por um clube nessas paragens até hoje. A marca do tento fez com que um torcedor pra lá de fanático se pusesse aos brados: É do Imperador! É do Imperador! Bastou aquele alarido para que me viesse à memória a história de outro Imperador e de seu irmão Rei, ambos goleiros na década de 1930. O Rei no time do Coritiba e o Imperador no quadro do Juventus, o clube polaco do Batel.

José Fontana era um piá que ficava nos treinos e nos jogos apanhavam as bolas que saíam das linhas da peleja – hoje tais auxiliares são conhecidos por gandulas. Ocorre que o ilustre apanhador de bolas ficava esperando as mesmas deitado na grama da linha de fundo e só levantava para apanhar a redonda bem depois de ele estar fora do jogo e fazia esse trabalho morosamente. O capitão do time era o Pizzatto, que ficava irritado com a demora do gandula, e, não teve dúvidas, apelidou o mesmo de Rei dos vagabundos.

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E assim ficou. Rei pra cá, Rei pra lá, até o dia em que o goleiro titular se atrasou e Pizzatto não teve outra maneira de continuar o jogo e acabou colocando o gandula de apenas 16 anos para defender o gol, até a chegada do titular. A sorte estava do lado do José Fontana: defendeu espetacularmente o tempo todo. O Rei dos Vagabundos subiu de posto, agora não podia mais ficar esperando deitado para apanhar a bola quando ela saía, agora não podia deixar que ela entrasse.

Rei era, Rei ficou. Foi para o Vasco da Gama, no Rio de Janeiro. A cidade estava no auge de sua vida boêmia. Rei foi escalado para a seleção brasileira, era o primeiro goleiro paranaense a tomar parte da seleção, o segundo foi Caju. Rei fez fama e quem faz fama deita na cama. A cama que o acolheu foi a da cantora Araci de Almeida, então na crista da onda do sucesso. Foram amantes.

O irmão do Rei jogou no Juventus em Curitiba. Sem ter a mesma sorte do mano, ficou apenas conhecido pelo apelido de Imperador, Imperador dos Vagabundos.

Na década de 1980, já velho, Rei era visto sentado em um dos bancos da Boca Maldita, sempre batendo um papo com o cronista esportivo Albenir Amatuzzi. Certo sábado, no fim da manhã, vai saindo do Hotel Plaza nada menos que a própria Araci de Almeida. Alguém apontou a ela o seu antigo amante, sentado no tradicional banco. Traste! Foi a única expressão que aflorou aos lábios da antiga cantora. Dessa cena, eu fui testemunha ocular e auditiva.

Agora, mais um Imperador pintou por estas plagas. Seu reinado durou várias luas com estada, comida e roupa lavada por conta dos pagantes atleticanos, e com direito ao relax em noitadas pelas baladas desta cidade repleta de sorrisos de satisfação de poucos, acompanhada pelos amarelos dos muitos trouxas. Ah! Não esqueçam: a camisa rubro-negra só se veste por amor! Eu Heinnn?

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As fotos de hoje na Nostalgia se prendem a algumas imagens antigas ligadas ao dito nobre esporte Bretão.

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