A polícia do meu tempo de juventude era representada pela corporação da Guarda Civil e pelos componentes da própria Polícia Civil, que o povo apelidara de "secretas" em razão de não serem identificados no meio do público. Quem fiscalizava o tráfego de veículos eram os inspetores lotados no Departamento de Serviço de Trânsito, que possuía um pelotão de motocicletas que prestava variados serviços.
A Polícia Civil atendia às ocorrências em viaturas que eram conhecidas como "carro-forte", e a população entrava em contato pelo telefone número 200 com a Delegacia de Plantão, que ficava na Rua Barão do Rio Branco, tendo ao lado o plantão do trânsito.
Houve um tempo em que fiz cobertura para o jornal como repórter policial. Na gíria policial o jornalista era conhecido como "carrapicho", por não desgrudar das ocorrências até conseguir a notícia. Nessa época funcionava a Rádio Patrulha, em lugar do "carro-forte", e a sua equipe consistia de elementos da Guarda Civil.
As delegacias eram poucas e os delegados todos conhecidos, principalmente da imprensa. Não existia o cargo de Secretário de Segurança. Quem comandava era o Chefe de Polícia instalado na Chefatura. Notórios chefes de polícia foram Pinheiro Júnior, que também dirigiu a Gazeta do Povo; Ney Braga, que se elegeu prefeito; e o general Ítalo Conti, que foi quem teve a primeira designação como Secretário de Segurança Pública.
Bukowski, Miranda Assy, Eudes Brandão, Monastier, Sotto Maior, Lycio Bley, Zaratrusta, Naylor e Delfino. Esses são nomes, ou sobrenomes, que ainda lembro do meu tempo de "carrapicho". Dos repórteres policiais daquela época, quase todos com apelidos: Meio Quilo, da Gazeta do Povo, Galo, 100 Gramas, Rafles, Albugeri e Taraz. O programa radiofônico de maior audiência nesse tempo era a Revista Matinal no qual eram descritos os acontecimentos da cidade, como obituário, missas, aniversários e todos os registros policiais ocorridos na cidade. O programa foi uma criação e apresentação do radialista Arthur de Souza e levado ao ar, logo no início das manhãs pela Rádio Clube PRB 2.
A Polícia Militar, antigamente denominada Regimento de Segurança, foi aos poucos sendo introduzida no policiamento ostensivo da cidade. A cavalaria para controle de tumultos, as duplas conhecidas como "Cosme e Damião", a companhia de controle do trânsito, que substituiu, aos poucos, o serviço dos inspetores de trânsito a partir do início da década de 1950. O serviço da PM foi abrangendo praticamente todo o policiamento, principalmente após a extinção da Guarda Civil no período da dita Revolução de 1964. Na sequência, temos as fotos históricas.
N.R.: Como muitos leitores telefonaram para saber onde encontrar o livro do professor Bigarella, sobre o município de Matinhos, informo que o mesmo é uma edição da Fundação Cultural de Curitiba de 2009. Deve ter na Livraria Dario Velloso, mas não posso afirmar, pois estive lá na última quarta-feira, às duas e meia da tarde, e a dita livraria estava fechada. Segundo informação, a atendente responsável não se encontrava por estar participando de um curso. Muito interessante o respeitável público que se lixe. Como sempre!
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